Nossa,
quanto tempo, meu amigo. Saudade apertou e num sufoco desabafo tudo em cima de
ti. Peço desculpas por toda essa minha negligencia, mas você sabe que vez ou
outra me fecho aqui dentro e fico quietinha com as janelas trancadas pra que o
sol não ofusque meus olhos e pensamentos, e foi só por isso que não havia vindo
lhe visitar ainda.
Aquele
mês voltou, e com ele seus fantasmas. Pensei que seria mais fácil, e já no 4º
dia estou aqui me desmoronando em você. Tudo me cansa, tudo me irrita o no
final eu só tenho você, ou você que me tem, ou ninguém possui ninguém e na
verdade estou falando sozinha comigo mesma. Vertigem. Saudade pros que sabem me
ler. Frescura com lascas de
loucura pros que conheceram o eu de agora. Estou rindo e você não entende o
porque, né? Estou sendo sarcástica e machucando você, meu amigo, mas me perdoe,
saiba que não faço por mal. Só estou prendendo o choro e a respiração pra ver a
dor sessa. O suspiro constante e a perna que treme, denunciam um ranço de dor
que nunca vai embora. Porque não consigo enxergar a finitude das coisas. Seria tão
mais delicadamente respeitoso para comigo e com sua historia. Para com o amor
da menina do laço de fita verde e vestido prensado.
Ah meu
caro amigo, de uma amizade tão cara quanto a paciência com um esquizofrênico. Poderia
me visitar mesmo quando não clamo por teu colo? A dificuldade de pedir ainda
está por aqui, e ela, assim como o meu amor, está tatuada em mim. Fico sem
jeito, sem cor, sem graça de sempre recorrer a ti, mas o que fazer se é apenas você
quem cabe dentro de mim e me faz caber na vida que a vida me presenteou? Enfim, venha tomar um chá qualquer dia desses.