Curioso como eu sempre tenho o habito de começar meus textos com o pronome ‘eu’, sempre dando partida a qualquer pensamento aleatório e quase sempre sem significado que eu ate pensava que já tinha sido digerido e esquecido nessa roda viva de pensamentos aleatórios. Com medo de parecer prepotente e egocêntrica sempre volto e fico minutos parada, olhando pra tela do computador e tentando reformular aquele primeiro parágrafo sem que o teimoso ‘eu’ precise aparecer e ainda sim, percebam que é de mim que falo. Mais curioso ainda é tentar achar uma ligação desses habitos com os dias em que escrevo. Sempre escrevo quando algum acontecimento me parece sufocante e eu não consigo destilar nada pra que seja absorvido apenas o que se faz necessário no momento, então saio cuspindo essas frases sem sentido, sem ordem e sem lógica, pra ver se depois, quando eu as reler e perceber o quão sem significância são, as apague e prive os outros de perderem seu tempo com tantas divagações inúteis que nada mais são que parte desse meu mundo confuso, inerte e chato. Hoje o dia está cinza, não estou conseguindo ver graça em nada. Não que eu queira me sentir assim, porem não consigo me sentir de outra forma. Essas tantas graças forçadas estão me embrulhando o estomago, e eu estou com preguiça de forjar qualquer sorriso que seja. Talvez seja o sono, ou a falta dele à noite, ou sei lá o que. Hoje é dia de ficar sozinha, de pensar sozinha e de agir sozinha. Não estou a fim de agir por conveniência. Não estou com vontade de ligar pra ninguém só porque me dizem que esse seria o certo a se fazer. Na verdade não estou nem com vontade de conversar. A única vontade hoje que está me parecendo mais estranha e dilacerante do que nunca, é me sentar naquela praça que eu tomava como refugio perdida entre meus livros chatos (pras outras pessoas) e fumar um cigarro. Sim. É isso mesmo. É essa idéia de tarde de outono, gélida e solitária, diria ate mesmo melancólica para alguns, mas era só o que eu queria hoje. Exatamente essa idéia de ser só que me atrai hoje, talvez porque mesmo estando junto, é sempre assim que acabo me sentindo. Triste. Realmente triste eu nem saber nomear minhas saudades. Realmente triste eu me perder em nostalgias até hoje. E o mais triste sou eu ainda estar aqui sentada escrevendo essas sentimentalidades inóspitas, sem sentido, que nada alterarão meu humor sarcástico e mal compreendido. Cansei.
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