sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Porquê.


Escrevo por sentir, escrevo por me doer, escrevo por te sorrir, escrevo por te chorar. Escrevo por te lembrar, escrevo por te chamar e você nunca ouvir. Escrevo por querer, escrevo por me despedir, escrevo pra me encontrar, escrevo por deixar partir. Escrevo por viver, escrevo por morrer todo dia, escrevo por fazer nascer e escrevo por abortar. Escrevo por correr tanto, escrevo por querer nadar, escrevo por não querer nada e escrevo porque quero tudo ao mesmo tempo. Escrevo por não saber gostar, escrevo por gostar de imaginar e por ter medo de viver. Escrevo pra cuidar de mim e de você, escrevo pra viver o que só posso sonhar. Escrevo como fuga, escrevo por encontro, escrevo por nomes, mas também os invento. Escrevo porque odeio, escrevo porque disperso, escrevo porque te abandono. Escrevo porque me boicoto, escrevo porque não me entendo, escrevo pra me entender, escrevo só pra me descrever. Escrevo em primeira, segunda e terceiras pessoas, escrevo em várias conjugações as tantas eu’s na minha personalidade. Escrevo meu bipolarismo, escrevo minhas intransigências, escrevo minhas dúvidas, escrevo meus conceitos, meus desconcertos e as minhas certezas absolutas de nada. Escrevo minhas vontades, minhas necessidades, meus prazeres e meus desprezos por não sentir. Escrevo pra esquecer e por querer lembrar, escrevo por não ter o que dizer nem saber como me expressar. Escrevo por me sufocar, escrevo por querer cuidar de quem acha que não precisar ser cuidado. Escrevo por não me ouvirem, escrevo por não me sentir ouvida, escrevo por vontade de gritar, escrevo pra me lembrar do que prometi. Escrevo pra me acalmar, e pra morrer de chorar me lendo, pra fazer uma festa particular no meu mundo, ou pra fazer os funerais dos meus sonhos. Escrevo pra lembrar o que perdi, escrevo pra lembrar o que tenho medo de ganhar. Escrevo por ser só, por me ver só, por me acreditar só. Escrevo por amor a mim, por amor a você, e pra que você me leia.

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