Quando eu olhei no teu olho, eu percebi que há semestres eu estava colocando em prática o que tinha lhe dito naquele e-mail. Eu tinha sentado e esperado você entrar por aquela ‘porta’. E você entrou, o mais incrível é que você tinha voltado com os dizeres que esperei por tanto tempo, pena que foi tão rápido, pena que foi tão bonito!
Eu transpirava medo, eu segurava qualquer sentimentalidade que queria me saltar os lábios, e reprimia qualquer gesto de carinho que eu sentia vontade de expressar por você. Aquele terreno por onde caminhávamos, nós já tínhamos passado outras vezes, e vendo a cena se repetir mais uma vez, eu preferi ouvir a falar o que tinha vontade.
Tudo tão confuso, tudo tão encantador, cada olhar, cada sorriso de canto de boca, pra não comentar as gargalhadas que faziam você até brilhar... era tudo tão doce, era tudo tão mágico, mais parecia sonho que realidade, mas parecia um desejo meu que aquilo acontecesse do que o fato de realmente você estar ali na minha frente, bem ali!
Mais uma vez eu me via sem tempo suficiente, mais uma vez eu me via diante de você, sendo uma provável escolha, e você escolhendo ir para o outro lado do caminho. Mais uma vez a vida tinha nos trazido para o melhor lugar, na mesma situação e curiosamente até na mesma época do ano, e nós insistimos em nos repetir mais uma vez!
Sempre me invadiu a mente todas essas perguntas recheadas da ausência de respostas. Sempre me intrigou o espírito o porquê dessa intensidade tão fora de serie. E por mais que eu exercite minha massa encefálica eu não consigo achar uma explicação plausível do porque isso sempre volta a acontecer, e nos reencontrar e nos despedir!
Acho que nunca argumentei tanto sobre algo que queria. Acho que nunca vi meu conceito de pré-determinismo sendo imposto a mim com tanta veemência. Acho que nunca que incomodei tanto com comodismo, covardia e falta de vontade de lutar. Acho que nunca doeu tanto uma dor que não era minha, e minha impotência diante disso!
Às vezes penso em nós como em uma redoma. E como morremos de medo de prisões, sempre fugimos para lados opostos. Você me pergunta por que a gente sente tanta dor nessa vida, e eu não consigo te explicar que tem como amenizar essa dor, que é possível sim viver de forma diferente, basta enxergar a vida com os olhos certos!
Como se nos conhecêssemos de outras vidas, como se alguém te avisasse em sonho que eu sentia sua falta. Me dói tanto verem te podar e não poder fazer nada. Me dói tanto ver você sangrando e não conseguir estancar essa hemorragia. Me maltrata o espírito te ver querer permanecer nessa espiral com desencanto nessa vida!
Não preciso disso, eu não preciso daquilo, nós não merecíamos tanto descaso do destino e você não entende que eu só precisava de um sorriso na hora certa. O mesmo sorriso que não veio e o mesmo gostar torto coincidentemente desse signo. Descontruir-se, reduzir-se a pó, e começar do zero é utopia de mais, será que não vês?
Tudo isso porque criamos expectativas demais? Porque nossos choques durante todo esse tempo traziam alivio para a vida real? Éramos como entorpecentes que nos faziam suportar o próximo truque do destino? Duas falhas de caráter que se encontraram ao acaso e se reconheceram? Dois muros intransponíveis de mais?
Eu não entendo, você não entende, e nós seguiremos morrendo de medo do desconhecido. E mesmo que meu inconsciente teime em me lembrar disso durando sonhos, ao menos enquanto eu estiver acordada vou tentar desviar minha atenção de você, do que me lembre de você, e do que eu sei que poderíamos ser!
Ps: que fique claro que fora contra minha vontade, e ainda é!
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