segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Dama


Dos dias mais longos que se pode ter, essas têm sido as semanas mais doloridas da minha vida. Acordar todos os dias e ter mais uma vez a certeza de não me encontrar contigo, traz uma sensação de abandono tão grande, que adoeço. Como me faz falta tua voz rouca e tua certeza no amanhã. O teu colo quente e tuas mãos acariciando as minhas, me dando a plena certeza de que se eu tinha um porto, esse porto era ali, em ti. Estou com tantas saudades que nem cabem em mim. E na falta do saber o que fazer com as mesma, tenho apenas meus escritos a quem recorrer e chorar minha dor.
Hoje fez uma semana que te dei um ultimo beijo. Uma semana que não lhe vejo. Uma semana que estou caminhando sem ter certeza de onde estou pisando. Vem e vão na minha mente lembranças quase tão agradáveis quanto os próprios momentos vividos junto a ti. Hoje, quando cheguei na tua casa e vi aquele pé de manga, revivi aquela cena em que fiquei brava por estares em cima dele o podando. Justo a senhora, uma senhorinha de 70 anos, em cima de um pé de manga como se fosse uma criança serelepe? Mas acontece que as grandes almas não sabem o que é envelhecer, e a sua como tal, nunca o fez. Olhar nos teus olhos era o mesmo que enxergar uma criança. Uma menina pequena ansiosa pela hora de brincar, e a senhora se divertia. Como nos divertíamos! Agora me pergunto: quem vai jogar dama comigo nas noites de insônia?

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