- Outro pedido de socorro ou
simplesmente uma tentativa desesperada de elaboração? Me sinto só, me vejo só e
por mais que eu tente, não consigo deixar que ninguém se aproxime de verdade de
mim. Talvez seja normal, talvez seja só o medo de permitir que vejam o que dói,
que abram a ferida para cuidá-la e depois partirem me deixando com o machucado
aberto, exposto a pioras súbita. Então me pergunto como se julgam aptos a me
julgar. Eu que só tenho feito questão de me silenciar, tenho parecido incomodar
mais do que se estivesse gritando enlouquecidamente nos ouvidos de quem tem
tentado me arrastar pra fora de mim. Me perdi aqui dentro, eu sei que sim, não
estou negando isso, mas também estou paralisada de dor e sinceramente não sei
se consigo caminhar tão sozinha, por isso resolvi parar e esperar bons ventos
que me guiem até a parte saudável de mim.
Eu gostaria tanto de conseguir saber
como me explicar e fazer entender que estou extremamente fragmentada, mas que -
a meu modo - estou tentando remontar esse quebra-cabeça de mim. Há peças demais
sobrando, outras tantas faltando e no fim tudo que resta é uma bagunça
catastrófica em uma alma que chora de saudade. Saudades de uma Rosa, saudades
de outros tempos, tempos esses em que a Rosa não estava somente tatuada na minha
pele e sim presente ao alcance das minhas mãos e necessidades de abraços
sinceros. Sei que resolvi fechar os olhos para o que dói. Sei que ignoro o que
continua machucando e tudo que faço é seguir com um sorriso no rosto, mas sei
também que não faço por mal. Entendo que só sinto que as forças foram minando,
se esvaindo naquela noite de domingo que me senti pela primeira vez tocada por
essa solidão patológica.
“Aprenda a se cuidar sozinha porque
ninguém mais vai fazer isso por você!”, tem coisa mais cruel pra se ouvir
quando se perdeu o colo mais precioso de todos? Alias, o único colo que já se
teve em toda uma vida que apesar de curta, pareceu já tão dolorida? O que
poderia então dizer sobre o que é real alem dos sorrisos que todos veem? As
lagrimas águam os mesmo sorrisos quando estou sozinha, o peito parece tão
espremido que realmente sinto a asfixia se aproximar, o mundo parece tão
assustadoramente grande e eu pareço tão minúscula para enfrentá-lo sozinha, me
sinto engolida pela saudade e esmagada pela obrigação de ter de permanecer em
de pé, me sinto fugitiva de mim mesma e do que sinto em relação a isso tudo.
Pronto, noticias reais dadas!
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