... foi então
que pela primeira vez me olhei no espelho de maneira atenta, e vendo meus olhos
refletidos diante de mim, te enxerguei
aqui. Incrível te ver em mim quando tudo que eu queria era exatamente isso. Refleti
um instante, sentindo a pele arrepiar por conta do sussurro da vida em meus
ouvidos dizendo que você sempre estaria aqui e firmei ainda mais a visão pra não
te perder no reflexo dos meus olhos.
Eu tinha
diante de mim àquela em quem sempre me espelhei. Aquela a quem cuidei a quem
dei de mim o melhor que pude extrair. A mesma que tantas vezes me fez chorar a
emoção da subjetividade particular de cada ser humano e me fez sorrir a alegria
de cada pequena descoberta me fazia agora, chorar o sorriso de descobrir como a
sua subjetividade vivia também em mim.
Fato é que
sempre disseram que meu semblante lembrava o teu, passando algum tempo, agora
dizem que minhas pétalas cada vez mais se assemelham as suas. De uma maneira
bonita meu ego se inflava por ouvir que eu me parecia contigo, mas de uma
maneira triste eu não conseguia acreditar veementemente nisso, foi então que te
enxerguei no meu reflexo no espelho, nos traços do meu rosto e no fundo dos
meus olhos...
A dor de não lhe
ter por aqui em um abraço ainda é a mesma, independente de como me digam que eu
tenho que passar a enxergar isso de uma maneira diferente, isso sempre será a
pior dor que eu poderei sentir, mas não posso mentir, negligenciar ou omitir o
fato de ter me sentido um pouquinho mais próxima de ti depois de ter-lhe
enxergado em mim.
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