Queria
escrever poesia, queria falar de coisas que vêm da alma mas que não podem ser
verbalizadas, apenas sentidas. Queria dedicar carinhos e sorrisos que se
multiplicassem por mais de uma existência. Queria sambar na chuva e ganhar
olhares de felicidade enquanto todos os olhos estão voltados pras pernas de louça
da moça que me ensina a sambar. Queria que as rosas estivessem mais presentes
que os espinhos. Queria que a vida fosse vermelha, cor de paixão, e não com a
cor do sangue que escorre dos cortes feitos na pele da alma. Queria saudade da infância
e o desejo de construir algo parecido, de ter filhos que nasçam com os olhos
dos avós assim como com a sua sabedoria. Queria que enxergassem mais o sopro de
Deus na vida das pessoas, e queria que com isso elas vissem o quão bem podem se
fazer. Queria que sonhar não fosse associado a utopia e sim a realidades próximas.
Queria escrever uma poesia delicada em forma de rock pesado e queria que as pessoas
conseguissem se deixar invadir pelo som diferente de cada vivencia, de cada
historia. Queria manhãs que acordassem com cheiro de chocolate quente e fazer
manha na cama. Queria tardes regadas com as amizades mais raras, cheias de
risos que te fizessem perder a força e cair no chão. Queria noites quentes que
trouxessem aquele calorzinho no peito quando se está apaixonado e madrugadas
que te dessem força pra acordar e recomeçar o ciclo que é viver. Queria amor
sem o pé atrás das cicatrizes do coração. Enfim, quero viver e não apenas
existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário