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eu me lembro da música que tocava quando nossos lábios se tocaram pela primeira
vez, e me lembro também de como a confusão era mutua e isso gerava uma compreensão
que só o zodíaco poderia explicar. Apesar da minha memória, eu me lembro da
sensação de querer te dar descanso e te esconder mesmo que por instantes em
mim. Apesar da minha memória, ela trás ate mim hoje, os mesmo desejos de
proteção que tantas vezes você despertou em mim. Um que de cuidado gratuito que
ninguém nunca entendeu e que nós mesmos desistimos de achar explicação.
Tem
tempo que não te escrevo neh, e na verdade nem acho que eu esteja escrevendo
agora pra você, mas é que tem coisas nessa vida que a gente não pode falar nem
com o travesseiro, fica só entre você e a pessoa que faziam parte da história –
e olha que alguns detalhes internos, só você e seu ‘achismo’ sabem que
aconteceu. Como por exemplo meu amor por você, que hoje eu só defino como algo
que transcende nossas explicações falhas e que nunca definiu nenhum ao menos um
dos nossos momentos. E outra vez eu não sei como me portar, se te aperto em
abraços ou se te deixo no silencio do seu coração que está gritando. Enfim,
estou em oração por você, seu coração irá cicatrizar. Não há dor que não pare
de latejar. Limpar as feridas parece doer mais do que deixá-las lá quietinhas
pulsando de dor, eu sei. Mas infelizmente é necessário. Logo a boca parará de
amargar, e a trilha sonora talvez também mude. Tente ver como nova fase e não como o
fim, viva o luto, mas depois se lembre que você fica bem melhor de verde. Sinta-se
abraçada nesse fim de domingo, espremida mesmo, e saiba que ‘tô aqui’, você
sabe que sempre estive.
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