segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ah meu bem...


- Ah meu bem, não é porque estou meio tonta que essas minhas palavras me saltam vivas e se desenham no papel, mas de repente me veio essa vontade exacerbada de dizer coisas que eu tinha sucumbido só pra não me proporcionar o desprazer de concretizar o que eu não queria aceitar. Eu até quis entender, quis forçar-me a recordar de alguém que agora eu entendi que nada mais foi que distorção de realidade, mas meu bem me perdoe, eu sempre tive essa tendência a amores autistas, bipolares, borderline e esquizofrênicos e todos mais possíveis que insistem em dissimular o que eu sei que sempre senti e sinto, mas que sempre se torna inútil diante de todas essas tantas confusões. Ah se fosse tão fácil quanto dois mais dois são quatro! Porem, no meu ultimo livro lido, o pai da menina dona da imaginação mais esplêndida que já tive contato, advogado renomado e bem-sucedido, esclarece que no mundo dos adultos, nem sempre dois e dois são quatro. Mas são o que então???  Ahhhh, eu não entendo. Acho que nunca fiz parte desse mundo dos adultos - e francamente não sei se quero fazer! Eu estou cansada de explicações que deveriam estar tão na superfície que eu não consigo entender porque as pessoas mergulham tão profundamente pra buscá-las. A realidade não é essa verdade inventada, é simplesmente a interpretação que cada um faz daquilo que vivencia. E cada um escolhe a realidade que melhor lhe cabe. Mas meu bem, qual é a realidade que melhor NOS cabe nesse momento de naufrágio? Acho que a realidade inexistente é a melhor opção. E mais do que o gesto expressado, o gesto recebido conta bem mais, certo? É o que realmente importa e determina se ele tornará a se repetir. E nesse quebra cabeça de amontoados de expressões e atitudes, somos réus e reis, somos exilados e animais alados, como diria a menina do livro que eu tanto me identifiquei. Ela que faz bem em não querer que ninguém se meta no seu mundo, em querer apenas descobrir o sentido de tudo por si só, sem ter que dividir isso com quem quer que seja. Perder é dilacerador. E dar-se conta do perdido é medonho. Eu so queria te dizer meu bem, que há males que vem pra bem, e que eu talvez seja sempre esse mar de contradições, tecendo enredos confusos no meu mundo chato... mas sempre desejando e tentando conquistar a tal liberdade. Porque meu bem, “não se aprisiona o poeta”

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