domingo, 10 de abril de 2011

Tic-tac; tic-tac; tic-tac...



- Deitada em teu leito, protegida pelo manto que lhe aquecia, eu apenas a observava. Procurava decorar cada detalhe dessa forma artística, esculpida em corpo de mulher, e assinada pelo meu grande amigo maestro, Destino! Sentia o peito disparar, a barriga contorcer, o sangue que pulsava a cada minuto mais rápido parecia querer me fugir das veias. O ar parecia me faltar, o oxigênio era insuficiente para impulsionar qualquer reação que fosse. Aquela luz baixa em tom avermelhado só trazia a tona desejos e lembranças que pareciam me consumir. E eu ali. Parado, apenas a observar. A noite passava vagarosa, parecia estar combinada com a minha total insônia. A cada minuto que passara, eu me torturava mais por não esboçar nenhuma atitude. A cada suspirada mais profunda da respiração dela, meu coração parava de bater e só reiniciava meus batimentos 3 segundos depois. Ah coração traíra! Que me falta quando eu mais necessito de ti. Lá fora o céu está esplêndido. A chuva que caíra durante o entardecer alem de, trazer o frescor da umidade, limpou o céu de tal forma que me parecia mais um espetáculo teatral do século XVIII a dança das constelações no céu. Cenário perfeito. E eu ali. Parado. Apenas a observar...
  - Amanheceu.

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