Não me pressiona que eu fujo;
Não argumenta que eu acredito;
Não meche na ferida que ela dói;
Não me cutuca que estou quieta;
Não toque a cicatriz que ela abre;
Não me acusa que eu sei pirraçar;
Não me olha assim que eu desvio;
Não me adula que eu desmancho;
Não me afronte que gosto de briga;
Não se vire que acabo te perdendo;
Não me proíbe que adoro um desafio;
Não silencia que assim não te enxergo;
Não me faça esperar que eu canso fácil;
Não me leia que eu não quero me limitar;
Não me perde de vista que saio correndo;
Não me escreva que eu mesma me invento;
Não me explica porque eu não me entendo;
Não fica me lembrando que assim não esqueço;
Não diz que se vai pra sempre que me desespero;
Não se perde que assim eu não consigo me encontrar;
Não me fala de mim que eu quero saber mais sobre você;
Não me rouba a fala que eu tenho uma revolução pra incitar;
Não me encontra que eu gosto de brincar de esconde-esconde;
Não me chama a atenção que emburro feito uma criança mimada;
Não me diz que me ama que eu gosto do ‘bem-me-quer/malmequer?’
Não me promete nada que hoje não acredito nesses contos de fadas;
Não me dê certezas que eu gosto do beneficio que as duvidas me trazem;
Não traduz o mundo pra mim que eu gosto de ter que cair e levantar sozinha;
Não me fala da instabilidade da lua que hoje eu prefiro o brilho das estrelas;
Não me conte os seus segredos que eu prefiro descobrir todos por mim mesma;
Não te mata dentro de mim pela insegurança de não saber prever as minhas ações.
[...]
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