domingo, 24 de julho de 2011

Enfadada.

 
O fato... qual é mesmo o fato ao que eu estava pensando em me referir? Pegando apelidos e sinônimos de amigos emprestados, meu sobrenome hoje é confusão! A pouco uma palavra ecoo na minha mente atrapalhada; e como essa inquietude de saber porque, quando, onde e como, procurei significados e sinônimos que me descem um norte e me explicassem e aquietassem minha necessidade de justificativas. Eu ando sem paciencia, eu ando implicada comigo mesma, eu ando preocupada com o final a que isso me levará. Me sentindo podada o tempo inteira, castrada nas minhas mais institivas decisoes, voltando a inercia dos primórdios das minhas confusoes, das minhas espirais, dos meus furacões. Paro e penso entao, como eu seria um prato cheio pra um analista, como ele poderia se divertir com as minhas estapafúrdias manias de auto-sabotagem, de auto-boicote, de masoquismos existencialistas. Como seria um prato cheio, brincar de desvendar minhas icógnitas, os seus lugares respectivos e sua hierarquia de importancia. Então penso em subjetividade e qualquer análise desaparece dos meus planos e voltam a tona, a minha descrença e a preguiça de convivências metódicas-sádicas. Mas se volto, algum masoquismo há em mim! Ahhhh, repetições! Já não sei se elas são em mim ou se eu o sou nelas. Me implore cronologias mas, não me pessa constancia. Metamorfose também me descreveria bem mas, não sei se já quereria lançar mão desse termo, justamente por conta da inconstancia de ideias que rondam minha mente paradoxa. Então utilizo de hipóteses, me apoio em todas as que satisfazem o meu ego, e descarto as que não me agradam. Pena que seja por tão pouco tempo, logo a racionalidade vem a tona novamente e eu paro com meus afrasiamentos duais. Por Deus, como eu queria ser tão sentimentalista quanto prego ser! Como queria que a impulsividade me dominasse e ações sem pensamentos precedentes tivessem a chance de passar por minha mente. Lamento outra vez. Estou me assistindo ser coadjuvante de um enredo que eu escrevi. Estou me vendo outra vez dar as prioridades erradas; para pessoas erradas, lugares errados, em horas trocadas. É então que invento desculpas, tentando me justificar por causa da covardia em questão. Pena que máscaras projetivas nao funcionem tão bem quanto eu queria quando sou eu que estou interpretando pra que eu possa assistir e me convencer. Eu queria mesmo era me traduzir, me ler do avesso, de me entender sem que nenhum ponto de interrogação restasse, pena que isso não adiantaria, porque o que realmente me atinge e me aflinge é a única certeza que eu tenho. Me confundo outra vez. Um choro breve. Uma ferida antiga. Uma raiva recente. Como eu odeio ser uma ótima atriz! Como eu odeio não deixar transparecer essa tristeza camuflada e simplesmente me livrar do fardo que é cultivá-la, então voltamos ao masoquismo. Como em todo momento confuso, me sento aqui, observo essas torrentes de emoções passarem por mim na mais alta velocidade atingível, elas acenam como se quisesse me dar carona até a insanidade, elas tentam seduzir-me e conquistar minha confiança para que eu parta com elas e deixe minha cabeça aqui. Mas, eu estou tão esgotada, tão chateada comigo e minha inércia que sou obrigada a desapontar minhas emoções torrenciais e adormecer pensando em como eu gostaria de ser mais senhora de mim e menos participativa dos bastidores desse enredo. Eu estou triste, eu estou esperando algum esboço de reação minha que não seja uma lágrima ou um sorriso superficial, eu estou esperando alguma ideia e atitude radical que me façam levantar e acabar de jogar fora qualquer caco de vidro ou ferpa que eu ainda permito que me fira. Mas eu não tenho força, eu novamente me vejo sem coragem, eu outra vez prefiro me sentar aqui e esperar essa angústia passar, porque como o significado da palavra que latejou na minha mente tem, eu estou cansada, eu estou exausta, eu estou enfadada. Preciso dencansar o espírito, tomar um café quente e em seguida jogar a borra do café fora. Por hora basta!

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