Eu já não tinha paciência, muito menos força para lidar com isso. Me irritava simplesmente olhar suas feições cínicas e debochadas, pra todo e qualquer argumento que eu ousasse direcionar a você. Minha vontade era cometer suicídio, ou melhor, assassinato. Não queria matar você, queria matar esse ser estranho que se apoderou das suas atitudes, olhares e frases metricamente calculados para me desestruturar. E assim o fiz. Dia após dia, oportunidade após oportunidade eu torturava a figura projetada de amor que você representava pra mim. E depois de me acostumar a atos sádicos, me dei conta de que já não havia quase nada de você. Praticamente já tivera morrido toda e qualquer representação sua dentro de mim. Restavam agora apenas as lembranças que cuidadosamente eu me preocupei em salvar da catástrofe dos ex-amores. Essas eu guardei pra que não caíssem no esquecimento total, porque depois de tudo que foi vivido por nós, acredito que merecíamos ao menos a confortabilidade de lembranças agradáveis. Ou não, não sei se merecíamos nada. Afinal, pessoas mesquinhas não merecem nada de bom. E fomos sim mesquinhos ao regrarmos o amor ate que ele se tornasse escasso. O fato é que você não ajudou em nada. E ainda não consegui entender se não veio atrás de mim quando fui embora, por covardia ou por não quereres camuflado de impotência. É tanta raiva, tanto ressentimento, que me parece que eu me acostumei com proteções exacerbadas e ataques em formas de defesas. E eu sinto que te machuco até quando não há necessidade... Mas quando de fato essa necessidade existiu? ...
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