Era
uma vez um passarinho que fora tirado do ninho muito pequenininho e que cresceu
dentro de uma gaiola. Lá ele tinha comidinha, água fresquinha, mas aquela não era
sua casinha. Seu canto era triste e contido e parecia que cantar sozinho não era
o bastante. Então o passarinho decidiu voar.
Quando
o passarinho voou ele encontrou outro passarinho que não fora apartado do ninho
pequenininho, mas que na verdade, nunca saiu dele. Esse outro passarinho sentia
um desejo incontrolável de também sair voando, mas sempre que tentava tinha suas
asinhas cortadas. Quando os dois passarinhos cantaram juntos, resolveram sair
voando os dois.
Os
primeiros tempos de voos, liberdade, canto e asas intactas fora absolutamente incríveis.
Mas logo foi ficando pesado demais se manterem por si sozinhos. Os cantos não pareciam
mais estar na mesma melodia, e a gaiola e o ninho estavam de volta de uma forma
abstrata porque não podia ser tocada, mas tão real que os passarinhos já não sabiam
como sobreviver ali, longe deles. Foi ai que voltaram ao começo da historinha...
Hoje
os passarinhos estão de volta cada um a sua respectiva de realidade inicial, um na gaiola e o outro no seu ninho de infância se
cobrando respostas para os porquês da liberdade não ter funcionado pros dois
passarinhos que só queria voar sozinhos. Mas a grande verdade é que até pra se
ser livre você precisa ter estrutura e os pobres dos passarinhos não as
tiveram. Ate pra ser livre precisa-se arcar com responsabilidades, e os
passarinhos eram apenas passarinhos. Fim.
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