domingo, 14 de abril de 2013

Eu, minhas contradições e só!


          
       Eu queria explodir, gritar e me desmanchar em pedacinhos tão pequenininhos que eu precisaria de semanas pra me remontar. Eu queria me espalhar pelo universo, e como em pecinhas de um quebra-cabeças infinito como a vida, mostrar que é tudo muito mais complicado do que eu deixo transparecer. Que o complicado de verdade, está no que não foi dito, no que está guardado debaixo de sete chaves. Quando essas vontades pareciam tão grandes assim, eu deixava bem claro pra mim mesma, que gritar ou tocar bateria o mais alto e forte que eu pudesse, não fariam meus pensamentos silenciarem. Ficava bem explicito que sair correndo não adiantaria, porque o que me dói ou incomoda corre bem mais rápido do que eu, e faria piada de mim quando me alcançasse. Só que mesmo tendo consciência dessa merda toda, as vontades de fuga não passam.
            Fico refletindo do silencio escuro do meu quarto, e até gosto do desajuste, até gosto das diferenças que definem quem eu sou, mas como faço pra que entendam, aceitem e em uma utopia louca, gostem? Sempre amei nadar contra corrente, me fazia ficar eufórica por defender algo que me fazia encher os pulmões pra dizer – eu acredito! Mas tenho me sentido em uma piscina de hidromassagem, confortável, numa porra de zona de conforto, ao som de uma trilha sonora que caçoa da maturidade que dizem que eu tenho.
            Minha mãe diz que pessoas como eu, que sofrem caladas, sofrem de uma forma mais aguda. E fico pensando, se até minha progenitora que costuma ser o cumulo da negligencia pensa isso de mim, imagina o quão abafadas não estão as coisas? Agora começo a rir de nervoso, assim escondo as lagrimas nos olhos. Ela me diz que já estou velha pra ter crises de adolescência, mas ela mal sabe que ainda estou presa em uma infância onde era mimada por uma rainha que partiu para um reino muito, muito distante. O nó na garganta nesse exato momento está me asfixiando, e eu que queria gritar no começo desse texto, agora só quero respirar. Me pergunto onde está o oxigênio. E completo perguntando o que é o oxigênio pra mim?

domingo, 7 de abril de 2013

Um recado que eu queria pregar na porta da sua geladeira.




- eu me lembro da música que tocava quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez, e me lembro também de como a confusão era mutua e isso gerava uma compreensão que só o zodíaco poderia explicar. Apesar da minha memória, eu me lembro da sensação de querer te dar descanso e te esconder mesmo que por instantes em mim. Apesar da minha memória, ela trás ate mim hoje, os mesmo desejos de proteção que tantas vezes você despertou em mim. Um que de cuidado gratuito que ninguém nunca entendeu e que nós mesmos desistimos de achar explicação.
Tem tempo que não te escrevo neh, e na verdade nem acho que eu esteja escrevendo agora pra você, mas é que tem coisas nessa vida que a gente não pode falar nem com o travesseiro, fica só entre você e a pessoa que faziam parte da história – e olha que alguns detalhes internos, só você e seu ‘achismo’ sabem que aconteceu. Como por exemplo meu amor por você, que hoje eu só defino como algo que transcende nossas explicações falhas e que nunca definiu nenhum ao menos um dos nossos momentos. E outra vez eu não sei como me portar, se te aperto em abraços ou se te deixo no silencio do seu coração que está gritando. Enfim, estou em oração por você, seu coração irá cicatrizar. Não há dor que não pare de latejar. Limpar as feridas parece doer mais do que deixá-las lá quietinhas pulsando de dor, eu sei. Mas infelizmente é necessário. Logo a boca parará de amargar, e a trilha sonora talvez também mude. Tente ver como nova fase e não como o fim, viva o luto, mas depois se lembre que você fica bem melhor de verde. Sinta-se abraçada nesse fim de domingo, espremida mesmo, e saiba que ‘tô aqui’, você sabe que sempre estive.