quinta-feira, 24 de março de 2011

Dias.

Curioso como eu sempre tenho o habito de começar meus textos com o pronome ‘eu’, sempre dando partida a qualquer pensamento aleatório e quase sempre sem significado que eu ate pensava que já tinha sido digerido e esquecido nessa roda viva de pensamentos aleatórios. Com medo de parecer prepotente e egocêntrica sempre volto e fico minutos parada, olhando pra tela do computador e tentando reformular aquele primeiro parágrafo sem que o teimoso ‘eu’ precise aparecer e ainda sim, percebam que é de mim que falo. Mais curioso ainda é tentar achar uma ligação desses habitos com os dias em que escrevo. Sempre escrevo quando algum acontecimento me parece sufocante e eu não consigo destilar nada pra que seja absorvido apenas o que se faz necessário no momento, então saio cuspindo essas frases sem sentido, sem ordem e sem lógica, pra ver se depois, quando eu as reler e perceber o quão sem significância são, as apague e prive os outros de perderem seu tempo com tantas divagações inúteis que nada mais são que parte desse meu mundo confuso, inerte e chato. Hoje o dia está cinza, não estou conseguindo ver graça em nada. Não que eu queira me sentir assim, porem não consigo me sentir de outra forma. Essas tantas graças forçadas estão me embrulhando o estomago, e eu estou com preguiça de forjar qualquer sorriso que seja. Talvez seja o sono, ou a falta dele à noite, ou sei lá o que. Hoje é dia de ficar sozinha, de pensar sozinha e de agir sozinha. Não estou a fim de agir por conveniência. Não estou com vontade de ligar pra ninguém só porque me dizem que esse seria o certo a se fazer. Na verdade não estou nem com vontade de conversar. A única vontade hoje que está me parecendo mais estranha e dilacerante do que nunca, é me sentar naquela praça que eu tomava como refugio perdida entre meus livros chatos (pras outras pessoas) e fumar um cigarro. Sim. É isso mesmo. É essa idéia de tarde de outono, gélida e solitária, diria ate mesmo melancólica para alguns, mas era só o que eu queria hoje. Exatamente essa idéia de ser só que me atrai hoje, talvez porque mesmo estando junto, é sempre assim que acabo me sentindo. Triste. Realmente triste eu nem saber nomear minhas saudades. Realmente triste eu me perder em nostalgias até hoje. E o mais triste sou eu ainda estar aqui sentada escrevendo essas sentimentalidades inóspitas, sem sentido, que nada alterarão meu humor sarcástico e mal compreendido. Cansei.

Ah...


Não precisava nem perguntar, era mais que visível aquele meu estado de inércia onde nada faz sentido e meu senso de ridicularidade estava mais aguçado que nunca. Os olhares baixos e as conversas frias tinham preferência momentânea, e eu me perguntava onde estariam todas aquelas faíscas de empolgação que surgiam sempre que eu te via. Minha expressão de sono me poupou que as olheiras resultantes de mais uma noite mal dormida fosse percebidas, e então me safei de explicações inconvenientes para o meu ego, para a integridade do que eu estava sentindo. Eu não sei se eu realmente queria estar ali. Na verdade sei sim. Eu me arrastei ate ali para mais uma vez ter a certeza de como um abraço pode ser reconfortante. Porque, por mais que eu não acreditasse que ele aconteceria, parte de mim implorava por aquele aconchego e proteção. Não fui capaz de me permitir nem um olhar na hora de ir embora. Afinal não foi você quem sempre me disse que antes cortar o mal pela raiz que ficar parcelando a dor? Hoje eu entendi o sentido dessas suas palavras, e olha na hora me pareceu muito lógico tudo isso, tão lógico a ponto de ter colocado sua teoria em prática...

quarta-feira, 23 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Complexo de mais.


   
       Queria você aqui, e eu queria agora. Queria tocar você com toda delicadeza de uma flor, e te devorar com a veracidade desse desejo que me tira o sono. Queria te dizer bobagens que te fizesse sorrir esse sorriso que me encanta, e queria discutir a relatividade dessa emoção que me invade agora. Eu queria te fazer dormir só pra ficar te olhando sonhar, e depois te acordar só pra ver você dizendo que quer dormir mais um pouquinho – mas só se for com aquela carinha de dengo que eu acho linda. Beijar teu corpo inteiro fazendo dele meu parque de diversões e depois no teu colo adormecer. Queria segurar tua mão só pra mais uma vez ter certeza do encaixe perfeito e então ver você me chamar de boba. Eu queria te trazer flores, mas também queria plantar um jardim inteiro com você. Queria eternizar ‘aquele’ olhar em fotografias, gravar ‘aquela’ risada que deixa eufórica, e nunca mais esquecer o cheiro da tua pele. Queria ascender incensos que perfumassem esse sentimento e depois mergulhar em lençóis coloridos de felicidades singelas como banhos de chuva em tardes quentes. Queria te ouvir dizer esses tantos devaneios e essas tantas sentimentalidades que hora ou outra te invadem e depois te beijar. Pena que o meu querer ‘seja complicado de mais...’

terça-feira, 15 de março de 2011

Saudade(s)?

Hoje eu nem sei como justificar essa saudade. 
Não sei dar nomes, não sei distinguir rostos
nem definir uma personalidade.
Não há um momento específico,
um sorriso definido, uma vontade dilacerante,
nem aquele desejo tão insano por alguém.
A 'definição' hoje, é algo que não consta,
que é inexistente, que por mais que me esforce
eu não consigo utiliza-la .
Hoje as cartas estão embaralhadas,
as peças estão desmontadas e fora de ordem.
Hoje não há uma razão, um sentido ou
um porque, e tudo que sei
é que estou com saudades, porém,
não sei de que, nem de QUEM.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Exaustão.

Fui dormir tão cansada, que nem fui capaz de me despedir dos que me esperavam. A janela permaneceu aberta, e o frio estava dolorido quando acordei, cheguei a readormecer depois do despertar, mas foi inútil, logo voltaram a bater na porta, então me levantei. Verdade que ter a testa coberta de cinzas não estava nos meus planos mais eufóricos, mas foi assim que o meu dia começou. Mas uma coisa me chamou a atenção. Há muito tempo que eu não via tanta neblina, mal estava conseguindo enxergar pra que o conceito de ‘seguro para se dirigir’ da minha avó fosse colocado em prática. Mas ainda sim, lá fui eu. Escolhi aleatoriamente um banco, um lugar qualquer onde eu pudesse amontoar meu sono e me joguei. Àquela hora e meia, nunca fora tão arrastada como a de hoje, e a dificuldade de ouvir e não contestar estava quase me estrangulando. Relutante, permaneci até que terminasse, e então, de volta ao doce lar. Inocentemente acreditei na minha genitora que eu poderia dormir quando chegasse. Porém... Lá estava eu, fazendo trabalhos burocráticos (que não são meus), burlando os pedidos de agilidade para expressar meu sono e a minha impaciência diante de tudo ‘ISSO’. Estou com sono e o dia só está começando...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Meus sorrisos de crianças grandes.

Venho de um fim de semana impecável, recheado de risos e sorrisos proporcionados por pessoas mais que especiais. Estive em lugares revigorantes, como aquela cachoeira. Percebi e registrei cenas que nenhuma câmera fotográfica foi capaz de registrar. Eu comi aquele pastel, e bebi aquela coca que tem sabor de amizade. Andei, andei e andei mais um pouco por aquelas ruas que me deixam morta depois, mas que me enchem os olhos de beleza. Ate mesmo aquela chuvinha fina e gelada que foi a deixa pra irmos embora da cachoeira estava cheirando a nostalgia. Mas o melhor de tudo é ver as carinhas cansadas, as roupas sujas, e a alma radiante daquelas crianças que decidiram ter aquele dia encantado comigo. Por que naquele dia, éramos imitadores de Peter Pan, e tínhamos decidido ser criança. Fora um dia como poucos... E está guardado na minha caixinha de momentos raros...