terça-feira, 28 de junho de 2011

Espinhos



Nos defina em um tempo, em um espaço, em um instante, em uma história, e em uma música. Nos limite a um abraço, a um olhar, a um projeto, a um plano, a um futuro específico. Nos separe em uma vírgula, em dois pontos, em um ponto final, em reticencias, em uma explicação com ponto de exclamação no fim. Dance comigo uma valsa, um tango, depois me regue com um bolero apaixonado. Nos construa compondo sorrisos, escrevendo versos, rasgando poemas inóspitos, e rindo das caretas matinais. Nos afogue em lágrimas passadas, em emoções exacerbadas sem reações equivalentes, em chuvas torrenciais de carinhos e considerações finais.

Me apague em um suspiro, em um soluço, em um adeus provisoriamente levado tão a sério. Me acorde amanhã cedo, me faça dormir hoje à noite, me aqueça quando eu sentir frio, e me ignore quando eu estiver chata. Me toque em um sustenido, me escute em um sussurro, me veja em um vulto, me sinta em sua alma. Me conte em quatro tempos, em quatro versos, em quatro sentidos, em um sentimento. Me perdoe pela negligencia, pela impaciência, pela prepotência, pelo narcisismo de chegar a crer que sei viver sem nós. Me salve do meu mundo, do meu tudo, do meu nada, do vazio que sou sem esse mesmo nós. Me encontre nestas paginas, no calor do sol, no frio da noite, no perfume de uma flor, no espinho dessas rosas, mas me encontre...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pra alguem deveras importante: eu.


Eu te diria palavras de esperança se tivesse oportunidade. Te falaria como sempre o sol nasce, e da tempestade que sempre passa. Eu sei que o frio anda tão dolorido, as noites andam longas de mais e esse chuvisco não está ajudando em nada. Os dias verdes são cada vez mais escassos, as tardes de verão parecem tão distantes que a ideia de que o inverno nunca mais passará nos provoca medo, nos faz desacreditar no amanhã, mas nós precisamos nos lembrar de que acreditar é necessário, que é a única coisa que não nos fará ficar pelo caminho. Mas não me interprete mal, é preciso parar sim pelo caminho vez ou outra, parar pra descansar da labuta que é viver, parar para agradecer pelas flores que ainda encontramos pelo caminho, poucas, mas que nos reanimam a continuar procurando por beleza, precisamos parar pra admirar as surpresas boas que ainda recebemos, e a capacidade que temos para lidar com as que não são tão agradáveis assim. Sim, somos capazes. Somos dotados dessa capacidade de adaptação que nos alegra por sabermos que o dia de amanhã que está por chegar, é só uma questão de tempo, e sendo o mais clichê possível, não há nada mais confortante do que saber que sempre haverá um dia após o outro. Mas por onde anda sua crença no sempre, sua crença no amanhã? Porque seus olhos estão tão voltados para o passado, se queixando das feridas enquanto as lambe, em vez de aprender com elas e olhar para frente? Tudo sara, qualquer ferida se cura, você e sua alma são maiores que qualquer lamúria momentânea, que qualquer sangramento causado por alguém que não mereceria nem seus suspiros, quem dirá suas lágrimas. Eu tenho nos observado daqui, eu tenho citado cada detalhe camuflado pra que nada passe despercebido, mas quem diz que você tem olhos para ver? E se tem, não anda fazendo muita questão. Ver somente o que é feio, o que está deteriorado, e o que não nos faz bem é suicídio! Eu já abri mão desses instintos masoquistas, porque você também não tenta? Não sabes como é renovador, não sabes como é encantador cantar o verde das arvores, e sorrir para o céu sentindo a chuva tocar nosso rosto. Sentir na alma a chuva que renova; a chuva das flores, e não a tempestade que destrói, ou então o chuvisco que traz melancolia. Vamos brincar de escrever poesias, vamos voltar a cantar canções que falam de esperança, vamos caminhar por aí sem destino, simplesmente pelo prazer de caminhar, de conversar coisas sem nexo, de rir, vamos desenhar na pele, e vamos ler os olhos de quem conversa com a gente. “Vamos crer em nós, e crer na nossa capacidade de amar, vamos viver e nos permitir.” Esse é minha única prece pra hoje. Amém!

domingo, 26 de junho de 2011

Fim



Quanto tempo se precisa pra se provar um amor? Pois foi com o sorriso de sempre que você me recepcionou quando cheguei, e foi com lágrimas nos olhos que me disse adeus. Nessa vida a gente se depara com tanto imprevisto, que como eu poderia ser capaz de prever algo como o que nos acontecera? Nos perdemos no tempo, nos perdemos no espaço, e não nos encontrávamos nem com local e hora marcada. Fomos nos enforcando a medida que nos suportávamos, nos tolerávamos em respeito ao que já fora vivido espontaneamente e efusivamente. Nos tornamos vítimas do nosso comodismo, do achismo de que amanhã tudo voltará a ser como antes, sem perceber que esse seria um caminho sem volta, um caminho trilhado no erro.

O mundo a nossa volta não cansa de repetir que tínhamos futuro juntos, e que éramos tão perfeitos, que são capazes de sentir as sequelas que a ausência um do outro nos provoca. Mas a verdade é que ninguém foi capaz de perceber que já estávamos um sem o outro há bastante tempo, a tempo de mais pra conseguirmos retomar de onde nos desencontramos. Sobrava na boca àquele gosto amargo de algo inacabado recheado com pequenos pedaços de negligencia, quando todo sabor que deveria nos habitar era o de gosto fruta mordida. Eu me enredava nas nossas promessas de pé de ouvido, feitas nas noites quentes quando ainda nos aquecíamos só de nos olharmos, e me agarrava pra não admitir que nada dura pra sempre, que tudo acaba, que o fim é mais real do que imaginamos, e que nós findamos a medida que afundávamos em batalhas de egos.

Me perdoe não ter nem sentido vontade de ouvir seus argumentos, me perdoe não querer ao menos te ver se esforçar em me convencer de que ainda teríamos cura, e que sobreviver em par não é a utopia que se transformou nossa história. Me perdoe, mas todas essas mentiras e alusões eu já as contei para mim, eu já as repeti até decorar e depois as desconstruí. Uma a uma elas se foram desmontando sem que eu fizesse grande esforço, sem que eu me movesse na direção contraria a sua, à nossa, nos afastamos involuntariamente... inconscientemente, nós abrimos mão dos sonhos que construímos juntos, desistimos de continuar construindo as pontes até eles, até o que nos tornaríamos se os alcançássemos. E agora, estando diante de ti, despido de hipocrisias tudo que resta são as provas de amor dadas quando o amor era tão evidente que não precisávamos de provas, ou seja, me são totalmente desnecessárias agora!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Assim


     Sempre que eu vejo a sombra dos óculos escuros que o sol provoca no meu rosto, eu penso na beleza que a noite trará quando o dia dormir. Nós corremos tanto, nos esforçamos tanto, não temos tempo nenhum e vivemos de prazos, e mesmo assim, toda fresta de descanso que se desenha, eu quero descansar com você. Cada detalhe que vejo que quero te contar, cada cor que descubro e quero dar o seu nome, e cada saudade que me invade me fazem acelerar mais pra ver se chego logo no tempo e espaço onde você está pra que finalmente eu possa te beijar e olhando pra você, te ver sem ter que fechar os olhos. Nesses últimos tempos, que são tempos difíceis pra sonhadores, tenho descoberto que mesmo sendo difícil sonhar, não é tão difícil viver uma realidade sonhada com você. Eu quase sempre tenho ideias estapafúrdias, quase sempre uma cara de sono metódica, e meu jeito errado é tão parte de mim quanto o meu bico de criança emburrada que não dorme, mas é incrível como nós sabemos que isso não nos afeta, que não há cara feia que não seja desfeita com um sorriso de bom dia e não existem ideias mirabolantes que não possam ser discutidas e tornadas plausíveis com você, e sem contar o fato de que seu perfume desperta todos os meus outros sentidos. Sentidos! Sentimentos! Sentimentalidades! Sentenças de condenações à prazeres saudosos, mas presentes!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Era uma vez um moço e uma moça.



Era uma vez um moço que amava uma moça antes mesmo que ela soubesse da existência do moço. Era uma vez uma moça que vivia de sonhos e não sabia como lidar com a realidade. Era uma vez um moço que matava um leão por dia, mas o medo de ficar sem a moça pra sempre, lhe tirava as forças. Era uma vez uma moça que cresceu antes da hora, que assumiu responsabilidades antes da hora, e que hoje não passa de uma criança travestida de mulher. Era uma vez um moço que sentia vontade de proteger a moça, mas morria de medo da reação que a moça teria quando ele declarasse o seu amor. Era uma vez uma moça que sonhava com o príncipe encantado, mas não conseguia enxergar que homens de carne e osso são bem mais encantadores que qualquer encanto de sapos virando nobres de uma corte real. Era uma ver um moço que depois de tanto sentir a falta que a moça que nem lhe conhecia lhe fazia, decidiu falar com a moça. Era uma vez uma moça que de tão surpresa com a declaração, sem reação alguma se mostrou. Era uma vez um moço que de tão ansioso julgou a falta de reação como falta de interesse e deu a luta por perdida. Era uma vez a moça que sem saber dessas coisas do coração queria ir ate o moço, mas não sabia se deveria perder sua condição de moça sonhadora e viver na realidade. Era uma vez um moço que de tão desiludido resolveu viver só pra ele e pra moça dos seus sonhos que não sabia viver na realidade. Era uma vez uma moça que se cansou de fantasias e quis a realidade que o moço lhe propusera. Era uma vez um moço feliz que ao ver a moça declarar toda reciprocidade de sentimentos, viu seus olhos transbordarem lágrimas de euforia. Era uma vez uma moça que aprendeu como era um beijo de amor. Era uma vez um moço que aprendeu como o corpo pode reclamar e exigir a presença de outro corpo sobre o seu. Era uma vez uma moça que aprendeu que o seu sonhar, e a realidade do moço podiam se casar como às suas almas se casaram. Era uma vez um moço que ensinou a moça que a realidade de um pôr-do-sol é muito mais linda que o sonho de uma noite em uma estação quente. Era uma vez uma moça que gostava de flores e de bichos de estimação, de livros de romance e de musicas dançantes, de cinema e de cozinhar. Era uma vez um moço que gostava de rock pesado e de poesia, de pôr-do-sol e de noite de chuva, de correr feito criança e de nadar feito peixe. Era uma vez um moço e uma moça que criaram seu mundo particular, que fizeram dos sonhos realidade e que fizeram do ‘estarem juntos’ uma escapa da realidade. Era mais uma vez...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ontem.


Ontem eu ganhei duas novas cicatrizes. Uma salvando um gato e outra salvando um pseudo-futuro. Ontem eu vesti minha armadura e engoli a responsabilidade de ser capaz de salvar alguem ou alguma coisa. Ontem eu me machuquei por nao querer machucar um outro alguem. Me privei de mim pra dar espaço pra outra pessoa aqui dentro. Ontem eu ganhei duas cicatrizes do lado esquerdo do corpo, e eu que sou destra não sei como reagir a dor que elas trazem. Ontem eu me lembrei de como eu costumo abraçar o mundo com as pernas. Ontem eu me dei conta de que o mundo é muito maior que o comprimento dos meus membros inferiores. Ontem eu tentei argumentar e salvar-me de mim, mas argumentos não bastam pra quem não está despido para recebe-los e analisa-los. Eles são inúteis a medida que a intransigencia toma conta. Ontem eu vi alguém não se importar com o que meus olhos gritavam. Ontem eu entendi que a gente não consegue sempre salvar tudo, salvar o mundo e proteger tudo a qualquer custa, ontem eu entendi que as vezes a gente é quem precisa ser salvo. Agora só falta ver quanto tempo voce leva pra perceber isso, agora só falta você ver que não é esse estado de metamorfose que trará a transcendencia. Falta ver quanto tempo leva pra você perceber que está comentendo o mesmo erro que os outros, que você está me podando, me limitando, quebrando as asas que você me deu. O ontem passou, hoje estou contando... tic tac tic tac tic tac...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Não;



Não me pressiona que eu fujo;
Não argumenta que eu acredito;
Não meche na ferida que ela dói;
Não me cutuca que estou quieta;
Não toque a cicatriz que ela abre;
Não me acusa que eu sei pirraçar;
Não me olha assim que eu desvio;
Não me adula que eu desmancho;
Não me afronte que gosto de briga;
Não se vire que acabo te perdendo;
Não me proíbe que adoro um desafio;
Não silencia que assim não te enxergo;
Não me faça esperar que eu canso fácil;
Não me leia que eu não quero me limitar;
Não me perde de vista que saio correndo;
Não me escreva que eu mesma me invento;
Não me explica porque eu não me entendo;
Não fica me lembrando que assim não esqueço;
Não diz que se vai pra sempre que me desespero;
Não se perde que assim eu não consigo me encontrar;
Não me fala de mim que eu quero saber mais sobre você;
Não me rouba a fala que eu tenho uma revolução pra incitar;
Não me encontra que eu gosto de brincar de esconde-esconde;
Não me chama a atenção que emburro feito uma criança mimada;
Não me diz que me ama que eu gosto do ‘bem-me-quer/malmequer?’
Não me promete nada que hoje não acredito nesses contos de fadas;
Não me dê certezas que eu gosto do beneficio que as duvidas me trazem;
Não traduz o mundo pra mim que eu gosto de ter que cair e levantar sozinha;
Não me fala da instabilidade da lua que hoje eu prefiro o brilho das estrelas;
Não me conte os seus segredos que eu prefiro descobrir todos por mim mesma;
Não te mata dentro de mim pela insegurança de não saber prever as minhas ações.


[...]

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oscilando


Desde que sonhei não paro de lembrar, desde que acordei não paro de pensar em como queria estar dormindo.

Eu adoro dirigir, mas não estou com um pingo de ânimo de ir pra esse fim de mundo. Desses de onde os pais saem pra ganhar o mundo, e depois nos obrigam a voltar lá. Hoje nada me parece mais atraente do que o meu quarto, do que o meu sofá, meus livros, minhas músicas chatas, meus travisseiros, minha cama. Estou em um desânimo que já entrou em estado de epidemia. Todos que se aproximam o absorvem. Todos que entram em contato estão desistindo de seus planos de mais tarde, pra ficar assim, com seu sofá, com suas músicas, com sua cama, com você mesmo. Acho que estou com saudades de mim. Estou com vontade de ficar aqui, estou com vontade de ficar assim, vontade de ficar comigo, vontade de ficar sentindo. Hoje quando eu olhei pra lua ela me pareceu tão linda, tão só, tão ela, e eu estava me sentindo tão assim, tão cheia, tão empaturrada de sapos engolidos, epurrados na verdade, guela abaixo. É isso mesmo, eu estou um saco! Nem eu estou me aguentando hoje, e poupando a todos vocês de minhas desagradáveis expressões faciais e palavras ácidas, estou preferindo ficar por aqui no meu canto. Também é fato que voltei a oscilar de humor, mas isso meus caros, nem eu sei dizer o porque, mas que me preocupa, preocupa. Eu tenho relido meus heróis preferidos, eu tenho relembrado meus moinhos de vento, e ainda estou tentando me convencer de que eles não são dragões - mas confesso que anda difícil. Tenho me sentido orgulhosa de ter separado a máscara de mim, e ter ganho novamente vida própria, mas tenho tido que arranjar energia extra pra manter ambas vidas em plena atividade. Manter viva a máscara que me convem e garante minha sobrevivencia em sociedade, e manter viva a mim mesma, pra que eu garanta a sobrevivencia de minh'alma. Talvez seja isso que esteja acontecendo, me sentindo exausta e tendo que escolher, escolhi alma. Preparei café com canela, redescobri aquele livro, reinventei aquela música e depois, redecorei as tonalidades da cor do meu teto, enquanto repassava todos os meus planos e revia se havia alguma falha ainda. Hoje decidi que quero ficar por aqui, só por hoje, só por mim, só por só, só aqui. E aqui estou, quieta, pensante, errante ou não, mas estou. Hoje eu me caibo, hoje eu me canto, e me desencanto. Hoje eu sei que besteira é não seguir o coração...

Hoje?
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Nada.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Moinhos de vento até em sonhos.

Houve uma época da minha infância em que, por causa de sonhos ruins eu evitava dormir. Varava noites com medo dos assombros da madrugada, e não queria por nada me entregar nos braços de Morfeu. Me sentia cansada durante o dia, não brincava, não corria, sempre amedrontada pela noite que insistia em chegar, em me aterrorizar com suas figuras medonhas em silhuetas de pessoas conhecidas e eu sem proteção. Ninguém a minha volta sabia dos meus medos, me pareciam ridiculamente infantis e eu não ousava me espôr a chacotas, mas todos tinham plena consciencia de que por algum motivo eu não queria dormir. Me perguntavam, insistiam, e eu continuava calada. Ouvia dos adultos que sonhos não eram dígnos de tanto valor, e que não estavam presentes na minha realidade, e que por isso eu não deveria temê-los. Mal sabem eles o quanto eu temia, o quanto eu sofria, e o tanto que nao dever temer nem sofrer, era mais martirizante ainda. Um dia contei a avó o que ocorria que eu não queria mais dormir por medo de sonhar, e ela me disse que eu andava precisando rezar pro meu anjo da guarda. Eu rezei, noite após noite, e ainda sim os sonhos ruins vinham ao meu encontro, diferentemente do meu tao poderoso anjo da guarda. Entao desisti das rezas, desisti do anjo, e preferi me manter acordada. Foi quando minhas fantasias se tornaram reais, e meus assombros podiam ser vistos durante o dia. Eu vivia com medo, mas o tempo passou e eu me esqueci... Essa noite tive um sonho estranho, sonho esse que tem me intrigado até agora. Suas imagens ficam indo e vindo na minha cabeça e tem certos detalhes que por mais que eu tente, nao consigo me lembrar. Aquele lugar aparentemente feliz, do qual eu me sentia bem, mas insisti em me retirar, peguei minha moto dos sonhos (literalemente) e fui a uma chacara onde as pessoas se reuniam por algum outro motivo de festa, mas eu não os conhecia. Chovia tanto, era tanta água caindo do céu, uma tempestade numa intensidade tão forte e mesmo assim uma ideia latente não saia da minha mente, eu insistia em nadar no rio, em me enfiar na correnteza. Ninguém me impedia, ninguém negava minha vontade, mas todo mundo me olhava com olhos de contrariedade. E dentre todos os presentes, uma pessoa se destacava, uma única pessoa me abraçava e escondia nos seus braços por alguns intantes, vez após vez, e a minha vontade de ser abraçada só aumentava. O que me dói é nao lembrar quem era essa pessoa, é não conseguir ver o rosto de quem me acolhia. E mais dilacerante ainda, é ter consciencia de que a única pessoa que me acolhera me deixara teimar e ir pro rio, e ir pro perigo, e ir pro que seria minha condenação. Mas depois do sonho dessa noite, estou me sentindo como me sentia quando menina, aquela sensação de angustia voltara, e eu não sei se consigo esperar tanto tempo pra que ela vá embora...



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Escorpiões.



Eu gosto desse lado mágico que atribuo às coisas. Eu me motivo com o lado fantasioso que enxergo nesse mundo tão cravado de realidades, e me perco no meio de tantos mecanismos de defesa. Contrariando todas as probabilidades, eu me esqueço que já apanhei e só me lembro de quando fui o carrasco de alguém. Porque? Talvez a proteção seja só resposta à esposição exacerbada da qual eu não consiga me livrar.

As pessoas adoram falar de hipocrisias, sentam em cima do próprio rabo, se esquecem do que já fizeram, se esquecem que eu sei do que fizeram, se denominam Juízes de mim, e munidos da capacidade de condenação que se atribuem, me condenam ao pior que já fui ou possa meu tornar. Não percebem que seres humanos se perdem, que seres humanos se encontram e que eu me encontrei.

Me intriga a capacidade de mutação de vocês. De demônios à anjos vão em questão de segundos, uma espécie de mutação metamorfosica que os trasforma em seres dígnos de julgamentos e de dizeres ácidos. Vocês só não são capazes de assumir suas falhas, dar a cara a tapa e tentar ser alguem melhor. Disso vocês não são capazes mesmo de fazer, é que dói de mais arrancar a máscara!

"Você usa a máscara por tanto tempo, que passa a não saber quem é a máscara e quem é você", talvez tenha sido mais ou menos isso que acontecera comigo em outrora. Minha máscara usada como defesa e camuflagem se tornou pele, e retirar a epiderme da alma de uma só vez, em um só golpe, não é suportável por todo mundo. Então é preferível a medíucridade dos julgamentos alheios, eu até sou capaz de entender.

Reconhecer, mas não se arrepender. Entender que se não fossem os erros, e não só os acertos, você não estaria aqui, e até aqui você me parece feliz. Aceitar que você não é somente bom como seus pais, sua igreja e sua escola te disseram que você deveria ser. Que todo mundo tem um lado escuro, e que até a noite tem sua beleza, mas só se souber ser reconhecida tal beleza. Então reconheça-se!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A carta dentre tantas.


"Soberana e alta Senhora!
O ferido do gume da ausência, e chagado nas teias do coração, dulcíssima Dulcineia de Toboso, te envia saudar, que a ele lhe falta.
Se a tua formosura me despreza, se o teu valor me não vale, se os teus desdéns se apuram com a minha firmeza, não obstante ser eu muito sofrido, mal poderei com estes pesares, que, alem de muito graves, já vão durando em demasia.
O meu bom escudeiro Sancho te dará inteira relação, ó minha bela ingrata, amada inimiga minha, do modo como eu fico por teu respeito. Se te parecer acudir-me, teu sou; e senão faz o que mais te aprouver, pois em acabar a minha vida terei satisfeito á tua crueldade e o meu desejo.
Teu ate à morte.
O Cavaleiro da Triste Figura.»
Miguel de Cervantes -in D. Quixote de la Mancha

"dulcineia del toboso é a amante idealizada ,representa a mulher ideal,mesmo que dulcineia del toboso não fosse santa nem fidalga,mas a mulher como ele desejava,a mulher que nunca existiu pra don quixote ,mas que ele imaginou para suaaventura de cavaleiro ,pois todo ocavaleiro tinha que ter uma dama,não é mesmo."

[...]

Identificações projetivas.


As vezes tudo que eu desejo é ser menos clichê. Ser menos fantasiosamente real. Queria ser menos a personificação dessa juventude previsível e sair dessa alusão de controle prórpio. Um barco furado não pode ser controlado. O fato é que sempre pareço ser um plágio mal feito, de uma idéia esplêndida que alguém já teve um dia, e tudo que faço se torna o eco dessa idéia que não é minha. Até mesmo esse ato instantaneamente traduzido do sentimento para o 'papel' é uma cópia do que um dia alguém sentiu, e eu me vejo como um produto em série. Eu chego a ver essa tentativa de originalidade como uma causa perdida, eu chego a pensar a aderir a essa moda de xéroz's mal feita, e parar de pensar nesses moinhos de vento. Mas há alguma coisa que me impede, alguma coisa que eu não consigo ao menos denominar.

Eu enxergo com olhos diferentes, mas me vejo com olhos de generalização. Talvez o que eu acredite ter de especial seja só o desejo de autenticidades, e nada mais. Tenho capacidades extraordinárias, e a que sempre se destacou foi a de me boicotar. Uma personalidade histérica talvez, tenho que ter tudo sob meu controlhe, até mesmo os términos de felicidades que poderiam não ser instantaneas; tem de ser minha responsabilidades, tem de ser determinado em uma ordem inconscientemente elaborada por mim, e colocada em prática pela mesma. Lamentavelmente ridicula essa conduta de tamanha prepotencia. Me julgando capaz de controlar o mundo ao redor de mim, perco a direção do mundo de dentro e novamente os moinhos de vento tomam conta dos campos da minha introspecção furtiva. Me confundo, me misturando aos demais, e perdendo o norte pra onde o barco estava direcionado. Onde estará o farol agora? me pergunto.

Caio em repetição, em círculos, uma criança perdida numa floresta encantada, e quem está me observando agora? De quem serão esses olhos tão atentos e persistentes que nao me perdem de vista? Me assombra a dúvida de acreditar serem de cuidado ou de espectativa para o bote. Eu gostaria de saber, mas eu sou covarde de mais para me aproximar. Sei que preso por controlhe, mas frente ao que me amedronta me escondo, sempre fora assim. Anjo ou demônio, flor ou espinho, antídoto ou veneno, fogo que queima ou fogo que aquece; eu não sei em que definição me encaixo, eu não sei a que lado eu pertenço, eu nao sei se pertenço ou gostaria de pertencer. Eu não sei se prefiro a fantasia ou a realidade, e eu não sei até que ponto isso pode ser saudável. Caçadora de mim mesma em uma fulga obssessiva da monotonia de não-ser. Consegue entender como é exaustivo?
[...]

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Querer.



Eu queria ser mais forte pra lutar contra tudo que te faz sentir triste e pensando em desistir, queria me armar de esculdos e espadas e afastar de ti essas sombras que eu coloquei em outrora (como eu queria!). Remar contra a correnteza pode ser exaustivo, mas isso tem sido o que eu mais tenho feito, e eu te juro que ainda nem estou sentindo câibras. Eu nunca disse que seria facil, mas eu posso me esforçar para tentar fazer valer a pena - e como eu tenho tentando!

Eu queria poder adivinhar teus pensamentos, e evitar esses erros de interpretações - mas eu sou humana de mais pra isso. Eu queria te tragar de um só vez, fazendo você ser parte de mim, além do que já sente ser, além do que já és. Eu queria te fazer querer viver tudo isso, sem ter que passar por turbulências, mas é fato que vôos longos exigem mais de nós, e eu sei da tua força, eu sei da nossa força, e ela não se compara a nenhuma tempestade.

Nós somos o esboço de felicidade que mais reluz nesse mundo inerte de pessoas inertes. Inertes como eu era antes de abrir a porta pra ti. Eu queria poder fazer não nascer o sol, só pra te abraçar por mais uns instantes, queria que as nossas conversas filosoficas, divagantes e conflituosas (que compõe a graça de nós) durassem enquanto houvessem assuntos a serem dessecados. Eu queria que as madrugadas de calor fosse demasiadamente longas, e que as de frio fossem compostas pelo seu ardor, pelo nosso calor. E como têm feito frio.*

Eu queria ser menos desatenta, menos desligada, menos boba, menos chata, menos adolescentizadamente rabugenta, e parar de reclamar de tudo, mas é que eu adoro quando você me adula - e eu de todo coração espero que você nunca use isso contra mim! Eu queria saber fazer café de uma forma que você nao fizesse careta quando provasse minha bebida amarga, mas você tambem poderia entender que eu gosto de bebidas fortes, principalmente pela manhã como quando eu escrevo essas linhas sem nexo para muitos, mas que fazem todo sentido para nós.

Sei lá, eu simplesmente gosto. Mas eu não gosto quando nós brigamos, e nós brigamos tanto nos ultimos tempos, que eu começo a concordar que não existe nada melhor que reconsiliações. Mas o fato é que o indiferente é aquele que não sente, e se é assim nós sentimos muito por vocês, mas nosso sentir é complexo de mais para quem não é simples de coração. Então sinto muito por eles, meu bem! Simplicidades, complexidades, chatisses e alegrias, a gente se confunde e a gente se explica, a gente se completa e se divide, a gente se entende por simplesmente não enterder o que acontece.

Mas hoje eu nem sei se queria entender, hoje sendo clichê como nunca, eu só queria sentir, porque agora, sentir me basta. Porque por hora, viver todas essas tentativas, conquistas, falhas, insistencias, convivencias, e todos os sonhos que já nos tiram o sono, e os problemas presentes e os problemas futuros, e todas as soluções que sempre encontramos, me fazem acreditar cada vez mais que estar junto é somar, e que somando somos fortes como ninguém. O fato é que sempre fomos melhores juntos!


If you want me - Marketa Irglova



Are you really here
or am I dreaming
I can't tell dreams from truth
for it's been so long
since I have seen you
I can hardly remember
your face anymore
When I get really lonely
and the distance causes our silence
I think of you smiling
with pride in your eyes
a lover that sighs

if you want me satisfy me
if you want me satisfy me.

Are you really sure
that you'd believe me
when others say I lie
I wonder if you could
ever despise me
when you know I really try
to be a better one
to satisfy you
for your everything to me
and I'll do
what you ask me
if you'll let me be
free

if you want me satisfy me
if you want me satisfy me

If you want me satisfy me
if you want me satisfy me.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Monólogo.


Será que você não percebe que nós não teremo tempo de passar nada à limpo? E que desperdiçar o pouco tempo que nós temos é burrice. Eu juro que tenho me esforçado, mais do que em qualquer outra ocasião, tenho trabalhado noite em dia pra colocar em prática os meu planos que dividi com você, e tudo que nós conseguimos fazer é procurar defeitos um no outro brigando por coisas que nem mereciam atenção. Isso desgasta e cansa até o mais persistente dos guerreiros, quem dirá eu que sempre fui tão fácil de desistir na primeira dificuldade.

Eu tenho me calado frente a todas as coisas que não me agradam vindas de você. Não porque eu não me ache dígna de reclamar, mas porque os argumentos que você usa contra mim são mais fortes que qualquer 'boa-inteção'. E seus argumentos sempre se referem ao que eu nunca vou poder mudar, entao continuo me calando, continuo me privando de defesa para nao agredir você de volta e assim ver você se machucar outra vez, outra vez por culpa minha. Então como sempre, prefiro o silencio, e nós seguimos assim, caminhando sobre esse amontoado de coisas não-ditas.

Como você me disse a pouco, nós não seremos os mesmo nunca mais, daqui um minuto que sou agora já nao existirá, mas o eco do que fazemos e dizemos permanecerá eternamente. E eu não quero que esse pra sempre seja habitado somente pelos meus erros. Mas quanto mais o tempo passa mais a idéia fixa de que será só isso que vai latejar na sua cabeça, me deprime. Não fechar os olhos pro que já passou significa que não houve perdão. Talvez até exista um desejo racional de perdoar e estabelecer um novo marco zero (talvez não), mas Deus sabe como é complicado lutar contra instintos de sobrevivencia, e uma criança que foi apedrejada nunca aceitará estátuas de pedras para brincar.

Me rendi a mim mesma, fui o mais profundo possível e passiei por lugares que eu nem lembrava que existiam de tão escuros que estava. E lá eu descobri você e minhas tentativas frustradas de te anular dentro de mim. Encarei o mais duro dos julgamentos, e fui condenada. Eu me condenei a me redimir comigo mesma, e quando se luta consigo mesma, não há espaço para covardias. Chorei diante do que eu tinha me tornado e das atitudes que sempre condenei, e quando me vi limpa e íntegra surgiu a oportunidade de estar com você, e eu me abri, eu me expus.

Te mostrei cada detalhe do que poderia ser vergonhoso outrora, mas que agora pra mim ficou numa conjugação verbal tão distante que não me afeta mais. Mergulhei de cabeça, sem olhar pro abismo que era isso, confiando que você seria a luz que não permitiria atingir as pedras. E entao por causa de um chuvisco a luz falhou e você se irritou comigo. Preferiu trazer a tona toda escuridão de antes e não quis olhar pra mim. Eu senti medo, eu senti frio. E você sabe que em dias frios como esse eu me sinto sem direção e preciso de você pra me guiar. Só que você não se lembra disso ou parece não querer lembrar-se. Então eu me sento e espero você querer se lembrar.

Deixei coisa de mais pelo caminho, abri mão de tanta bagagem, mas em compensassão retomei a dieração de mim. Eu voltei a ver detalhes que por um tempo me passavam desapercebidos, e encanta-se com a mesma coisa de novo é quase um milagre e eu me achei dígna desse milagre. Me despedi de pessoas, disse adeus a alguns lugares e parti de viagem rumo a ti, rumo a nós. Eu me senti sozinha enquanto não te alcançada, eu chorei sozinha enquanto não conseguia te ver porque estavas longe de mais, e mesmo me doendo de mais te dizer isso, saiba que eu abri mão de coisas de mais pra poder agora abrir mão de mim mesma.

[...]

Clariando as idéias.

"O Eu-lírico é quando o poeta expressa sentimentos que não sentiu necessariamente, ou sentiu com uma outra intensidade da realidade, tratando-se então de não ser seu “eu” real, mas de um “eu” poético, ou lírico.

A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizado pelos gregos a partir do século XII a.C.
Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o século XV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada.

Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico pode ou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo.

O Eu-lírico é um recurso que possibilita a infinidade criativa dos sentimentos poéticos. Não limita as palavras em apenas um corpo, uma mente, um coração. Consegue pluralizar os sentidos. Assim podemos ser o que quisermos: uma pedra, um animal, uma árvore, outras pessoas. Explorar e incorporar sentimentos dos mais diversos como um ator faz com suas personagens"

 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

E depois não entendem como posso gostar tanto de ficar só...

[...]

O que eu não quero dizer...





... sejamos francos, essa história tem mais remendos que qualquer outra coisa. Tenhamos um pingo de decencia para poder largar mão daquilo que só tem nos puxado para trás. Façamos as pazes conosco mesmo, e vamos parar de nos obrigar a interpretar o papel desse casal feliz. Se estou errado, me diga quando foi a última vez que sorrimos espontaneamente um para o outro? O fato é que nem eu e nem você vamos conseguir nos lembrar, isso é fato, e lutar contra trás a tona o ridículo da ingenuidade que sabemos que já foi perdida a anos. Nós não temos tempo, e eu não tenho mais paciência pra viver uma fachada com você. Eu sempre fui realista de mais pra continuar vivendo nesse mundo de faz-de-conta. Me apaixonei porque você tinha sangue correndo nas veias de uma forma fervorosa, e não por essa pessoa de atitudes passivas, que não esboça nenhuma reação nem aos meus ataques verbais. Talvez o tempo tenha sido mais cruel com você do que comigo. Talvez os seus sonhos de liberdade tenham ficado pelo caminho e você fez da comodidagem sua melhor amiga e fiel companheira. Eu queria te dizer que estou cansada de tentar expulsá-la do meio de nós dois. Que os argumentos dela parecem bem mais convensentes que os meus para ti, e hoje eu nem sei se quero mais argumentar pra que você volte a andar do meu lado e eu não precise te puxar pela mão como criança birrenta. Teoricamente nós somos adultos, e assim o sendo, como adultos deveríamos nos portar. Então porque estes anos todos estamos agindo como incapazes esperando que alguem tome uma atitude por nós? Depositamos nossa felicidade nas mãos um do outro, e não soubemos o que fazer com ela. Cobramos muito sem querer dar nada em troca. Fomos hipócritas, fomos negligêntes, fomos expectativas personificadas criadas por nós mesmo, e eu te digo de todo coração: - Não há quem possa corresponder a todas as expectativas sempre, não há quem possa ser inteiro para o outro o tempo todo (isso é anulação de si), e tambem e principalmente, não há como ser o personagem que se criou. Ele vai te abandonar na primeira oportunidade e estão você se verá despido frente as suas confusões. Constragedor. Nós deixamos de ser senhores de nós mesmo e viramos marionétes do que achavamos que um esperava do outro. Acabamos por não ser quem realmente somos, nem por conseguir ser quem um acreditava que o outro queria que fossemos. Cunfuso, não? De veras confuso, e a culpa disso é nossa! E não, a responsabilidade não é só de um de nós, ambos temos parcelas de culpas idênticas. Talvez as duras penas que a nós serão impostas, a mim serão amenizadas por estar tentando deixar de ser um parceiro sintomático. Talvez...

Presente.



'Somos todos crianças brincando no teatro do tempo'


Ter em mãos o bem mais preciso do mundo requer uma responsabilidade tão grande, que mesmo quem aparentemente não a tem (eu), passa a ter em frações de segundo. Ter o riso mais gostoso da minha vida proporcionado por esse meio metro de pessoa com menos de 10 kg, me deixa em estado de euforia. Essas mãos pequenininhas que ficam batucando na mesa, e esses olhos onde eu vejo toda essa profundidade me faz acreditar que pertence a ti todos os segredos do universo. E quando rola de rir com essa carinha lerda de alguma palhaçada que estão fazendo pra ti, com certeza estás pensando o quão bobos somos em ficar babando em você. E olha que eu cansei de te ver enxarcado de tanta baba, só resta a dúvida de saber se era de nós, reles mortais apaixonados por ti, ou do hábito que os bebês tem de salivar em excesso... Dúvidas! Sem falar na personalidade forte desse meio metro de gente, quando não quer algo, não há Cristo que te convensa, e como sempre, a casa se rende a Magestade, o bebê. Sem contar o cheirinho, hummmmmm, vontade de morder essa pessoinha branquela que consegue enfiar a mão toda dentro da boca. Nossos diálogos complexos são os melhores, nossas teorias elaboradas esporadicamente em uma tarde qualquer de tédio solucionariam a questão da paz mundial. Mas estamos tão interessados apenas nas divagações que nem nos atentamos a divulgar nossas idéias. rs. São tantos 'tah tah tah tah tah'; 'vo vo vo vo', 'dá dá dá dá'... Se vocês soubessem a plenitude de tantas sílabas repetidas não estariam me achando uma idiota agora. HAHA OK... vim fazer este post para dizer que devo dar o braço a torcer. Não que eu tenha me tornado simpatizante de todas as crianças da noite para o dia. Mas esse meio metro branquelo, banguelo, com cara lerda, e que cheira a água de cheiro me conquistou. E desde já assumindo o papel curuja que sei que vou vivenciar, quero dizer e declarar publicamente que, meu afilhado é o mais lindo de todos os afilhados, que possui uma inteligencia dígna de Einstein, e já mostra traços de um talento musical único (vai ser baterista hahaha).



- Minguel, Mingal, Miguelove, Bebê lindo, Miguel... A madrinha já te ama de uma forma que não consegue achar palavras pra descrever em uma explicação racional, ela só consegue sentir. (L'

  

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Constelações.


Se pudesse eu, viver algo de extraordinário,
Gostaria de poder uma vez contemplar o mundo
Lá de onde moram as estrelas mais belas e reluzentes.
E se eu, em minha utópica viagem levasse meu amor,
Pediria lá de onde nasce o Sol e a encantadora Lua:
- Mostre-me um mundo visto das estrelas!
Meu amor responderia que,
Bastava olhar no fundo de seus olhos para ver!
O mundo visto das estrelas é feito de luz
O mundo visto das estrelas é feito de vento,
Um sopro de ar digno de ficções cinematográficas,
Porém tão real quanto um beijo de flor.
Meu amor diria que olhar o mundo lá das estrelas,
É o mesmo que uma explosão de cores,
Onde separá-las em sua confusão cósmica,
Seria mais um sacrilégio, que algo prático;
E que essas explosões são tão rítmicas,
Que alcançamos o nirvana só de observa-las;
É algo que trás calma e euforia respectivamente.
Meu amor diria que o som de se assistir o mundo;
É aquele som de chuva daquelas tardezinhas de inverno;
Calmo, tranqüilo, com gostinho de aconchego;
Que como uma caneca de chocolate quente cai bem;
Ou então um daqueles banhos de chuva inigualáveis;
Que lava o corpo e também e principalmente a alma,
Ainda mais se tiver a companhia do meu amor.
Meu amor diria que não precisamos ir às estrelas,
Pra que possa me responder como é ver o mundo de lá.
A beleza de inigualável comparação causa em nós,
O mesmo que olhar dentro dos olhos do nosso amor;
É ver aquele brilho das explosões cósmicas de cores
Aquele vento digno de ficções é a respiração do amor
Vinda de todos os lados e direções sem rota decidida
Quando me acorda de manhã fazendo manha na cama
E o beijo de flor, é o que ganho assim que despertamos.
Meu amor mostrou-me um mundo visto das estrelas,
Sem nem ter cogitado a possibilidade de um dia estar lá.
Meu amor mostrou-me um mundo visto das estrelas,
Das nossas estrelas que formavam as constelações,
Do nosso mundo, do mundo que nós construímos.
Meu amor mostrou-me como é lindo sonhar,
Mas como é mais lindo ainda vivenciar o presente,
Que ganhamos de presente do nosso amigo destino.
Meu amor mostrou-me não mais ser preciso imaginar,
Para alcançar realidades belíssimas, extraordinárias


[...]


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Não saberia responder



  


Tem alguns dias que não me divirto brincando de traduzir em palavras os ultimos momentos...

Acredito que desde a última tarde de domingo, esse estranho fenômeno tem tomado conta de mim.

Uma vontade (quase) incontrolável de sair fazendo loucuras e cantando essas verdades ao vento.

Sorrir para estranhos, brincar com crianças alheias, e passar a pensar nas suas que um dia irão vir.

Me sentindo tão leve que quase chego a acreditar que se saltar vou alçar vôo e ir ao teu encontro.

Te beijar as mãos, te olhar nos olhos, e sorrir este teu sorriso que me hipnotiza e me prende em ti.

Queria te falar dos meus planos, mas sinto medo que se assuste, se intimide e que fujas de mim.

Poder também ser capaz de entender como unhas arranhando um azuleijo podem significar tanto.

Como o medo refletido nos teus olhos me faz sentir essa vontade de cuidar de ti, de cuidar de nós.

Gosto desse nosso abraçar com os braços e pernas, de corpo inteiro e de alma que se reconhece.

Essas vontades súbtas, sempre que possível correspondidas, esse calor que sinto em ti, me ganham.

Mas por favor, só me explique aonde vão parar essas palavras que você me rouba quando me olha.



Ps: Continuo com saudades.