quarta-feira, 28 de março de 2012

Isso mesmo meu amigo


Caralho, isso dói! E muito.
Onde foi parar aquela velha capacidade de sentir? Cadê meu sentimentalismo exageradamente protetor? Negligenciar se tornou menos dolorido, menos ameaçador. Que taxem de covardia, mas entendam que só se doa o que se possui de verdade. A ultima coisa que existe aqui é a capacidade de cuidar já que meu cuidado está plantado em forma de rosas.
Pra quem costumava proteger tanto que chegava a sufocar, a palavra de ordem anda sendo negligencia.
Não quero olhar pro que dói, pro que incomoda, pro que me atinge e o único espaço que existe aqui são pras sensação superficiais porque essas não vão fundo ao ponto de desestabilizar. Desvio os olhos do que toca dores arraigadas, e desvio a mente de pensamentos que tragam à superfície o que desejo e luto tanto para manter emergido.
E essa piada chamada equilíbrio que me causa náuseas de tantos risos? Rah! Poderia eu imaginar um leque de possibilidades se tudo que vejo é uma única condicionalidade existencial? Poupem-me! Não há paciência muito menos tempo a ser perdido com essa balela toda. Vamos ao que interessa e finalmente me diga, em que parte do meu mundo e da minha vida você vai querer estar?
Antes um mundo particular, agora um lugar constantemente invadido por quem acredita nessa curiosa necessidade de pedir ajuda. É individual demais cada conflito em si e francamente não acredito mais em utopias pra crer que eles se solucionaram por si ou quem sabe por milagres.
Já quis fugir, já quis gritar, correr, morrer e desistir, mas no fim a única coisa que se concretiza é a dor em forma de choro. Creiam todos nos sorrisos já que não são capazes de ler o que há nas entrelinhas de alguns poucos olhares voltados para o horizonte de uma vida sonhada. Merece minha superficialidade quem não é capaz de sair da sua.
Merece meus risos mudos quem não sabe ler o que vê.
Pena que nem sempre merecemos o que temos ou nos tornamos donos do que supostamente merecemos. O que é merecimento? O que mereço e o que eu tenho?
Enfim... leiam o grande aviso na entrada:

- Mundo fechado pra balanço.


terça-feira, 27 de março de 2012

O bem que nao se explica em palavras.


Pra que lutar contra se no fim tudo que eu quero é me render a você?
Insistentemente aludida com a possibilidade de suportar a ausência e então me vejo de novo no chão esperando por teu sorriso que me reestruture.
Onde está você senão aqui comigo?
Onde poderei te ver senão quando fechar os olhos?
Você sabe que preciso do teu abraço de tal forma que não me imagino distante dele... você sabe que preciso das suas mentiras doces sobre ‘como as coisas ficarão bem’ pra simplesmente não desistir.
Tenho um amor tatuado na pele, mas o teu eu tatuei na alma...
Meus amigos céticos dizem sobre a diferenciação que há entre ti e os outros...
Os outros, quem são eles alem de esboços de quem eu deveria ser por você?
Dia após dia, dor após dor que causei, colecionei os feitos que me deram de presentes, e tento entregá-los a você do meu jeito torto mesmo que as vezes eles não me pareçam suficientes já que te vejo de um ângulo tão distante, de uma atmosfera tão dilacerante quando não consigo te encontrar.
Queria que soubesse que me tens como nunca antes fui capaz de me doar!
Queria que se lembrasse disso quando eu te mandasse embora da minha vida!
Queria que me esfregasse isso na cara quando eu dissesse não aos teus pedidos!
Queria que usasse isso contra mim quando meus argumentos quase te convencerem que eu consigo ir embora e te deixar aqui, e abandonar nosso amor, e me abandonar de vez.

Coleção 2


Socorro!!!
Socorro?
Quem está falando agora por mim?
É o medo ou a dúvida?
Será que há alguém ai que possa explicar ao menos uma de minhas interrogações?
Não?!?! Ok então, vamos em frente com essa coleção e alguns esboços de reações.
Eu corro em direção a um nada que me possibilite descanso.
Eu tento voar em direção a mim mesma, e então percebo minhas asas podadas.
Onde estão todos os sonhos e todo o tempo que eu tinha pra realizá-los?
Onde foi parar o tempo em que eu me permitia sonhá-los?
Cadê aquela garota que gostava de verde e acreditava no perfume das rosas?
Onde estão as rosas alem das que estão nas minhas costas?
Por que eu as sinto, mas não as vejo? E se pudesse vê-las, será que quereria?
Agora onde me encontro se não sei em que ponto me perdi?
E por ultimo, será que quero mesmo ser encontrada?
...

terça-feira, 20 de março de 2012

Novamente dia 20


Será que brinquei demais com a vida ou é ela quem insiste nessa brincadeira de mau gosto com a minha cara? Cara essa, conseqüentemente amassada e inchada por esse excesso de água salgada que me escorre dos olhos. Toda essa quantidade de dor é mesmo necessária?
Quando esses dias insistiam em não passar, eu me agarrava à idéia de que a noite é sempre mais fria e escura antes de amanhecer e rezava pra que ela passasse logo. Mas dessa vez, dessa maldita vez, alem de não conseguir me aquecer, os dias estão se emendando um a um e se tornando algo tão infindável quanto essas saudades que eu tenho dentro de mim.
Particularmente hoje desmoronei, não tive vergonha do choro muito menos do soluço. Gritei por mãe, gritei por socorro e confesso que cheguei à beira do abismo. Blasfemei a vida e a interroguei ate cair no desespero da ausência de respostas.
Me comparei a uma peneira por conta de tantos buracos que existem na alma e não quis ser mulher, quis ser menina sem pudor de se desesperar.
Chorei a dor de algo que não tem remédio.
Chorei a ausência da minha Rosa
Chorei o amor que agora tem que ficar guardado por não ter mais a quem ser dado.
Hoje pedi perdão. Pedi socorro e silenciei os pensamentos mais covardes que pude ter. E mesmo querendo ficar pela estrada, fiz promessas a minha progenitora de que me cuidaria.
O dia de hoje não segue como marco apenas por ser dia 20. Hoje ficou claro que irmãos de sangue nem sempre te dão o valor que irmãos de alma são capazes de fazer. E que aquela velha frase de que às vezes quem você espera que te chute é um dos poucos que te ajudam a levantar, é verídica.
Hoje ficou claro que decepções ajudam a crescer, e que mesmo sendo um crescimento doloroso algo mudou aqui dentro. Está clara a idéia de que mesmo a estrada sendo uma só, e que mesmo você se esbarrando com alguns “alguéns” nessa vida, vai ser sozinho que você vai continuar caminhando.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Quatro.


Noite passada sonhos me levaram até você. Estávamos sentadas em uma varanda que ficava nos fundos de uma casa branca que dava pra um jardim lindo e delicado que me deixa fixa a idéia de que fora plantado por tuas mãos gastadas pelo tempo. O jardim era de um verde que até hoje eu só vira em filmes e estava molhado de um orvalho tão gentil que eu quase me senti em paz. Você me sorria com os mesmos olhos de amor incondicional de meses atrás, e eu chorava a dor de não te ter mais do meu lado, ao alcance de um abraço. Me lembro nitidamente da vontade que quase me explodia de te contar mil coisas, de lhe falar desse buraco que ficou na minha vida, do quanto me sinto desprotegida, falar de saudade, de amor, de vontade de deitar no seu colo e esquecer do mundo ali. Ali que era meu porto seguro, onde eu encontrava força pra levantar a cabeça e continuar em frente.
Outra vez acordada, outra vez o nada é o que existe...