Então eu preciso te dizer que agora eu sei que até mesmo um grande amor pode não bastar
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Do que falaremos hoje?
Queria
escrever poesia, queria falar de coisas que vêm da alma mas que não podem ser
verbalizadas, apenas sentidas. Queria dedicar carinhos e sorrisos que se
multiplicassem por mais de uma existência. Queria sambar na chuva e ganhar
olhares de felicidade enquanto todos os olhos estão voltados pras pernas de louça
da moça que me ensina a sambar. Queria que as rosas estivessem mais presentes
que os espinhos. Queria que a vida fosse vermelha, cor de paixão, e não com a
cor do sangue que escorre dos cortes feitos na pele da alma. Queria saudade da infância
e o desejo de construir algo parecido, de ter filhos que nasçam com os olhos
dos avós assim como com a sua sabedoria. Queria que enxergassem mais o sopro de
Deus na vida das pessoas, e queria que com isso elas vissem o quão bem podem se
fazer. Queria que sonhar não fosse associado a utopia e sim a realidades próximas.
Queria escrever uma poesia delicada em forma de rock pesado e queria que as pessoas
conseguissem se deixar invadir pelo som diferente de cada vivencia, de cada
historia. Queria manhãs que acordassem com cheiro de chocolate quente e fazer
manha na cama. Queria tardes regadas com as amizades mais raras, cheias de
risos que te fizessem perder a força e cair no chão. Queria noites quentes que
trouxessem aquele calorzinho no peito quando se está apaixonado e madrugadas
que te dessem força pra acordar e recomeçar o ciclo que é viver. Queria amor
sem o pé atrás das cicatrizes do coração. Enfim, quero viver e não apenas
existir.
domingo, 25 de novembro de 2012
O que vê quando fecha os olhos?
A
pouco mais de um mês, minha rotina estava agitada. Eu estava mergulhada em
afazeres, deveres e responsabilidades que introduzi na minha vida pra evitar
falar de saudades. A pouco mais de um mês, eu estava numa confusão tão grande,
em um caos maior ainda e meu único desejo era o de fuga para uma salvação que
eu até hoje tenho duvidas se existe de fato. Tudo sendo soterrado, tudo que me
ensinaram e que me construiu até pouco tempo atrás, ficando embaixo de
escombros e entulhos dessa bagunça emocional que é minha vida desde que me
entendo como gente, e que só se agravou mais com a partida da Rosa.
Em terapia concluímos que estava na
hora de desaguar alguns choros e morrer um pouco a cada dia pra quem sabe fazer
nascer o que de saudável e bonito foi plantado pela Rosa em mim. Bem, o fiz. Me
desacumulei, saí da tal zona de conforto de fingir não ver o que incomoda, o
que dói, o que te desarma o espírito. E o que conclui? Conclui que há tanto em
mim esperando pra ser olhado, pra ser visto. Deixei tanto de mim pra depois que
historias de anos atrás aparentemente resolvidas me nocauteiam em um golpe só.
Um cruzado de esquerda que me joga na lona em forma de uma única pergunta, e cá
estou eu novamente, me interrogando sobre começos e términos, recomeços e confusões,
perdida no meu mundo outra vez onde as questões não tem tempo e estão todas
enfileiradas. Cuidadosamente colocadas umas ao lado da outras, me cercando e
esperando pra que chegue a vez delas de serem vistas, resolvidas e que enfim
possam descansar em paz (Ps: adorei o parafrasiamento).
Depois que me desmontei adquiri novamente
o habito de olhar o teto do meu quarto. Seja deitada no chão com as pernas em
cima da cama, seja deitada na mesma. Passo um tempo significativo ali,
refletindo sobre os quês e porquês de situações, reações e consequências que
vivi. Tenho escrito com mais frequência, ouvido musicas que estavam guardadas e
vendo filmes que de alguma maneira foram significativos ou que me trazem certa
nostalgia. Algumas lembranças que foram deixadas de lado também estão
retornando, elas geralmente trazem uma ou outra daquelas questões que estão enfileiradas
a minha espera, mas penso que isso não seja de todo mal. Apesar da dor de olhar
no espelho e ver que muitas coisas que eu gostaria que não fossem reais na
verdade o são, sinto que será por esse caminho que eu possa aprender a
distinguir o que é passado – mesmo que bom, mas ainda sim passado – do que está
realmente acontecendo agora e do que pode se tornar um futuro em potencial.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Um ano / um abraço
Eu teria
outra forma de me sentir, senão assim, numa tristeza sem fim. Lembrando você sem
parar e pensando na falta que tu fazes e no vazio que ficou desde que você se
fora de mim? Tenho tanto medo do mundo, receio da vida, uma confusão constante
de não saber seguir nem como fazer isso, e acabo sempre caindo nesse choro tão dolorido
a que me remete a saudade...
Queria
tanto que soubesse como esse lugar da minha vida não será ocupado por mais ninguém.
Como seu sorriso foi importante pra me fazer também sorrir. Que seu abraço foi
a noção de calor mais verdadeira que já tive no toque da pele. O quanto quero
ainda mais me parecer com você. O tanto que ter tido seus carinhos nas noites
de pesadelo me fizeram menos medrosa. Como suas orações me salvaram de tantos
perigos, incontáveis, inimagináveis e incompreensíveis a nossas mentes humanas.
Sinto falta de te falar do meu dia de hoje, dos meus dias de amanhã e do seu
colo quando a bronca da minha mãe for cruel demais.
Enfim,
acredite eu ou não, mas já se passou um ano desde que te abracei pela ultima
vez. Já se passaram 365 dias em que morro um pouquinho a cada dia de saudades
de ti... um ano em que fujo todos os dias da dor e no final caio no abismo que
a saudade gera dentro de nós. Um ano em que nenhum artifício mágico substitui
sua imagem constante na minha mente. Que falta me faz teus olhos de senhora e
teu olhar de menina.
Ontem,
no aniversario de um ano da sua partida, vi meu irmão chorar e chorei junto
vendo que alguém alem de mim tinha um buraco na alma a um ano causado por sua
partida. Não um reconforto, mas uma identificação que me fez lembrar que eu sei
cuidar de quem eu amo, e apesar dos atritos, eu amo aquele pequeno que cresceu
tanto nos últimos tempos. Preciso tanto voltar a viver, preciso tanto volta a
enxergar vida e a fagulha das emoções do meu irmão me trouxe de volta essa
necessidade. Um pequeno sopro de vida que me fez querer voltar a respirar sem
que isso seja um soluço.
Sinto falta
e repetir isso nunca será o suficiente pro tamanho da proporção da saudade, mas
gostei muito de segurar a mão desse pequeno enquanto caminhávamos...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Te amo, pra sempre!
Tenho
uma memória que vez ou outra me trai, me deixando na mão quando preciso de um
semblante ou de um sopro de voz que me aproxime da minha Rosa. Ela quase que
diariamente me arrasta pra um lugar extremamente desconfortável e me coloca de
castigo como se eu estivesse sendo punida por algo que fiz de errado ou algo
certo que deixei de fazer. Não sei ao certo porque não a entendo. Ela me prega
peças e me confunde vez ou outra também, fazendo com que meus recalques se
tornem cada vez mais resistentes e o trabalho para a terapeuta cada vez mais
árduo, e eu me pergunto porque? Porque nos viramos de costas e nos esquecemos
do que evitamos olhar? Ou pior, nos viramos pra não ver, mas nossa vida
continua girando em torno do que evitamos entrar em contato... Outro paradoxo.
Essa
madrugada, descobri que escondi na memória partes da despedida da Rosa. Me esqueci
de pessoas, me esqueci dos contextos, me esqueci das conversas, eu me esqueci ali
e penso que possa ser por isso que me encontrar seja tarefa tão delicada e
trabalhosa. Eu me esqueci de mim no dia
que você partiu, me anulei no mundo real e passei a usar toda minha energia
vital em prol de mentir sua ausência. Sinto pena de mim por ter me iludido
tanto, mas me penalizo mais quando penso que esse foi o único movimento que consegui
fazer, uma vez que o eixo do meu mundo não estava mais no lugar que centrava e
equilibrava minha vida.
Sofro e choro sua ausência diariamente,
e chego a sentir a saudade lanhar minha pele e me fazer tremer de frio. Sofro e
choro o medo de estar pra sempre só, já que só estive por inteiro e confiei de
olhos fechados na Rosa. Choro todos os dias porque agora só tenho meu maior
tesouro dentro de mim e nessa situação abstrata não existe mais o abraço diário,
nem as bênçãos matinais pra que meu dia fosse lindo, quem dirá o olhar mais
protetor que me dava coragem pra enfrentar esse mundo que hoje parece de
gigantes. Porque a Rosa mais frágil era a maior força que já conheci, e eu
sinto falta sim porque não tem mais seu colo pra eu deitar no final da tarde
enquanto me contava alguma historia que provavelmente eu já havia ouvido umas
tantas dezenas de vezes.
Depois de algum tempo, eu penso que
entendi que chorar não é fraqueza, que sentir saudades em demasia não é culpa
porque deixei de fazer algo, ou quem sabe que reconhecer não querer ver ninguém
e ficar só, enquanto tento te resgatar na minha memória sacana é mais autentico
que me misturar por ai. Enfim, minha Rosa, estou com tanta saudade que meu
coração hoje tem o tamanho de um grão de café. Estou com tanta saudade que
quase sinto o perfume dos seus cabelos quando eu te abraçava. Hoje eu só queria
te dizer que te amo tanto, pra sempre!
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Não é cafeína, é saudade.
Bom,
estou te escrevendo outra vez daqui do meu mundo perdido onde a ilusão de que você
possa me ler é tão real e palpável como a chuva. Queria tanto poder justificar
esse dia trocado pela noite, essa insônia recorrente e esses pensamentos nada saudáveis
pelo excesso de cafeína. Sei lá, ser salva dessa culpa por me sentir assim, por
algum estudo cientifico que constatasse que se eu me livrasse da cafeína me
livraria desses sentimentos também.
Tenho
calafrios de medo desses pensamentos mórbidos. Temerosa de suas sequelas, me
vejo tremendo por uma dor na alma que anda sendo mascarada há meses, anos, uma
vida inteira com a dor causada por esse medo enraizado aqui o peito. As vezes
pondero se estou dramatizando... seguindo inconscientemente minhas raízes latinas
e deixando tudo a flor da pele, permitindo que sentimentos fiquem a deriva, sem
rumo, sem destino, sendo expressos as vezes por palavras tão ásperas ou tão exageradamente
coberta de algodão doce.
Observo cicatrizes e não sei bem o
que pensar quando me recordo que a existência de algumas foi proposital. As vontades
parecem se repetir, penso no seu possível perdão por voltar a pensar nisso,
como você se decepcionaria! O choro que havia cessado volta a cair. Estou outra
vez em posição fetal chorando já que é a única coisa que pareço conseguir fazer
em relação a você. Que me critiquem, que me julguem, mas eu não sei pra que
rumo levar minha vida sem você. Não parece ter lógica, não parece ter porque...
me condenem, não faz diferença já que estou condenada a sua ausência.
Acho que vou ser sempre o riso bem
maquiado, a piada na ponta da língua e a graça tirada de onde não havia nenhum
humor. Acho que vou ser sempre a dificuldade de exteriorizar o que vivo no meu
mundo perdido aqui pra vida real. Poderei ser acusada pra sempre de qualquer
negligencia, me culpabilizarem por qualquer eventual fracasso ou desilusão.
Poderão me responsabilizar por qualquer desvio de conduta ou caráter, mas nunca
poderão dizer que eu não sinto, por que eu sinto muito. A única coisa que
lamento hoje é dizerem que minha insônia é excesso de cafeína, isso gente, se
chama SAUDADE.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Querida Ausência
De
onde vem tanta ausência se é que a ausência pertence a algum lugar? Esse ‘alguém’
tão inconveniente quanto uma dor de barriga enquanto você está em um baile de
festa, vem e acaba com qualquer ideia de distração. Com que direito a senhora ausência
chega e se senta na sala principal, no melhor lugar do sofá, como se eu tivesse
dito a ela que a casa era sua? Eu não a convidei, eu nunca nem tive gestos
simples e relevantes como um telefonema pra saber noticias... na verdade,
sempre preferi fingir sua inexistência, e contava que não acreditando nela ela não
me acharia. Mais uma de minhas tolices. Em uma noite de domingo do meio do mês que
antecede o final do ano, a nada bem-vinda Ausência me visitou, vinda de não se
onde sem prazo pra ir embora, está alojada na minha vida e se recusa a sair.
Já
tentei métodos delicados e sutis como indiretas fictícias pra que a mesma se
retirasse do ressinto. Indiretas como começar a trabalhar ou um projeto novo
qualquer, mas ou ela é burra ou se faz de sonsa e me vence. Também tentei apelar
pro drama e morrer de chorar, chegando a histeria com esses soluços compulsivos
de dor, mas a mesma parece irredutível e nem a expressão facial mudou diante do
meu choro recorrente. Indo de um extremo a outro nada a fez sair daqui, e
enquanto eu escrevo sobre a presença dessa ausência infindável, ela está ‘sentada
no sofá da minha sala’ me observando com um riso irônico enquanto me diz que já
passei da idade de me iludir e que ela ficará comigo enquanto eu me lembrar.
Ps: Que curioso, eu nunca conseguiria me esquecer!
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Saudade quando abraça parece não querer mais largar
Legenda: O primeiro pedaço de todo bolo do meu aniversário vocês já devem imaginar pra quem era, neh?!?!
Acreditei
não ter nada quando meu tudo ainda vivia. No equívoco infeliz tinha mais que
precisava, tinha você. Vez ou outra sentia uma saudade antecipada do que seria
o que vivo agora, o não te ter por perto. Mas o coração tolo que bate no meu
peito não soube entender que aquilo na verdade era o medo de ter que viver sem você,
e interpretou como a crença de não ter nada quando eu tinha tudo. Confuso pra
quem nunca sentiu isso, mas é o que hoje é real.
Sempre
escapei com vida de todas as confusões que eu me meti, mas parece que morro
todos os dias na confusão que se tornou a minha vida depois de não ter mais
minhas mãos entre as suas. Estou proclamando sua presença em mim, cada vez mais
em silencio já que ao falar da saudade e da dor, a única coisa que ouço é a
necessidade de sair disso. Mas como saio de uma historia que é a minha historia
de vida? Saindo de mim? E se é verdade que vives em mim, como posso sair de mim
abandonando você? Simples, não saindo!
Um
ano depois, essas ultimas semanas foram as primeiras em que as lembranças se
tornaram tão nítidas. Parei de mentir tua ausência, parei de gastar toda a
energia vital que sobrou em mim tentando fingir que se não vou a tua casa então
não vejo que não está lá, e não indo e não vendo, eu não preciso acreditar que
nunca mais vou conversar contigo por assovios quando eu chegar lá ou então ser
abençoada por ti quando eu tiver que sair. Achei fotos tuas como que por
acidente, e passei horas as olhando. Fotos da minha infância, da minha adolescência
e agora dessa adultez quase que acidental e um tanto desastrosa. Eles entenderiam
o que eu vivo choramingando aqui se vissem a forma como eu te olho desde que me
entendo por gente e você ocupou esse lugar (só seu) na minha vida e mundo
particular.
PS: hoje a saudade da Rosa me abraçou e não quer mais largar!
sábado, 27 de outubro de 2012
Passaraninhando
Era
uma vez um passarinho que fora tirado do ninho muito pequenininho e que cresceu
dentro de uma gaiola. Lá ele tinha comidinha, água fresquinha, mas aquela não era
sua casinha. Seu canto era triste e contido e parecia que cantar sozinho não era
o bastante. Então o passarinho decidiu voar.
Quando
o passarinho voou ele encontrou outro passarinho que não fora apartado do ninho
pequenininho, mas que na verdade, nunca saiu dele. Esse outro passarinho sentia
um desejo incontrolável de também sair voando, mas sempre que tentava tinha suas
asinhas cortadas. Quando os dois passarinhos cantaram juntos, resolveram sair
voando os dois.
Os
primeiros tempos de voos, liberdade, canto e asas intactas fora absolutamente incríveis.
Mas logo foi ficando pesado demais se manterem por si sozinhos. Os cantos não pareciam
mais estar na mesma melodia, e a gaiola e o ninho estavam de volta de uma forma
abstrata porque não podia ser tocada, mas tão real que os passarinhos já não sabiam
como sobreviver ali, longe deles. Foi ai que voltaram ao começo da historinha...
Hoje
os passarinhos estão de volta cada um a sua respectiva de realidade inicial, um na gaiola e o outro no seu ninho de infância se
cobrando respostas para os porquês da liberdade não ter funcionado pros dois
passarinhos que só queria voar sozinhos. Mas a grande verdade é que até pra se
ser livre você precisa ter estrutura e os pobres dos passarinhos não as
tiveram. Ate pra ser livre precisa-se arcar com responsabilidades, e os
passarinhos eram apenas passarinhos. Fim.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Meio vazio é vazio por inteiro
O que eu acho mais interessante no
meu ‘anjo da guarda’ com sorriso de mulher e olhar de menina, é que ela insiste
em levantar questões que custam sair da minha cabeça. Quando eu me adapto a
ultima, ela vem com uma nova e aquele velho nó se refaz e lá vou eu tentar
desamarrar aquele pensamento e dar continuidade a minha vida.
Esse anjo da guarda vive
escancarando os meus medos bem na minha frente, porque mesmo se eu evitar
olhá-los pra qualquer direção que eu vire o rosto eu me depararei da mesma
forma e com a mesma intensidade com todos eles, enfileirados, esperando a sua
vez de serem olhados, analisados, enfrentados, mortos ou quem sabe
multiplicados se a coisa de olhar pra eles não der muito certo.
O ultimo de seus comentários não foi
referente a minha casa, minha Rosa, minha família, meus relacionamentos ou quem
sabe meus estudos. Há mais ou menos umas três semanas esse anjo joga a seguinte
interrogação no meu colo e fala: vire-se com ela. Lá estávamos nós na correria
da entrega de trabalhos pra alcançarmos a ilusão de que notas nos dão a
garantia do conhecimento, tomando energético e tagarelando. Era visível que meu
copo estava pouco menos que pela metade e ela perguntou se eu não ia tomar
mais, eu respondi dizendo que já tinha acabado e se ela não poderia colocar
mais um pouco pra mim.
Bom, não tinha acabado, e ela fez
aquela mesma cara: sobrancelha direita arqueada, lábios franzidos e olhar
inquisidor – devo ressaltar aqui a raiva e o medo que esse olhar me causa – e disse:
Não Jê, não acabou. Tive uma espécie de insight e conclui que de fato não havia
acabado. Antes que eu conseguisse sair do emaranhado de pensamentos que tomou
conta de mim você vem com a tal questão e me atropela: por que você nunca
termina de tomar nada até o fim? Seja o energético, seja um copo de café,
refrigerante, nada, nada é bebido até o fim, o você sempre diz que acabou.
Enfim, eu ainda não achei resposta
pra isso, mas sinto que de alguma maneira isso está relacionado com a minha
vivencia. Já quis levar isso pra terapia, mas tenho medo que minha psicóloga ria
de uma pergunta aparentemente tão simplesmente, mas que gerou um abalo sísmico dentro
de mim. Ai Kaká, me pergunto que dom é esse que você tem de vir e levantar questões
as vezes cretinas do tanto que me azucrinam, outras tão sensatas que me fazer
repensar atitudes.
Pra que eu possa concluir esse texto
meio bagunçado como a minha cabeça queria te contar qual foi a finalidade dele.
Era só pra dizer duas coisas. Primeiro fico imensamente feliz de você não ter
dado ouvidos a sua insegurança no começo do curso e desistido do mesmo. Que você
está sim no curso certo e que vai fazer uma diferença enorme na vida de muita
gente que lhe for dada a oportunidade de ajudar. A segunda é mais egoísta, e
talvez nem seja egoísta e sim pessoal, uma forma de agradecer. Eu sei que você as
vezes fica brava com minha teimosia, mas como criança que as vezes tem que
quebrar a cara, eu me encaixo perfeitamente nesse perfil. E que é ótimo ter um
anjo da guarda como você. Falo anjo não no sentido literal e sim de
significado, porque uma vez que você me faz refletir e muitas vezes enxergar o
que sozinha eu não conseguiria, acaba por resgatar de mim o que eu vivo
esquecendo, e que muitas vezes é o melhor que posso ser!
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Espero que você saiba e nunca se esqueça!
Existem acontecimentos
na vida, que eu fico sem entender se são uma dica do destino pra que eu perceba
certas coisas que não perceberia sozinha ou se são a melhor forma que poderiam
ter acontecido mesmo. Eu não tive uma irmã biológica, mas meu coração escolheu alguém
para ocupar esse papel na minha vida. Muitos podem pensar que a convivência forçada
por conta do grau de parentesco tenha sido motivo plausível para o início desse
laço, e ao contrario de quem pensa isso, eu acredito que o laço real só nasceu
porque houve aqui o que não há entre tantos irmãos, aqui há escuta.
Se eu
morro de chorar com todas as minhas confusões que eu mesma causo, você vem com
um abraço qualquer ou uma mensagem no meio do dia falando do seu amor por mim e
eu saio do meu delírio de fim de mundo e agradeço por lhe ter na minha vida.
Sabe, quando a gente vai crescendo, o tempo vai passando, você vai ganhando
algumas coisas e perdendo outras tantas (pessoas também) a gente entende que
aquela ideia clichê de que o que importa é ‘quem’ você tem na vida e não ‘o que’
você tem, é a mais pura verdade. E eu me orgulho de dizer que tenho e posso
contar sempre com você.
Eu gosto
das nossas implicâncias, gosto dos nossos risos incontidos e me orgulho tanto
de ver que há pessoas que se encantam com nosso laço. Eu gosto até dos nossos
choros, porque sei que eles estão seguros nesse lugar que nós criamos. Eu e você
sabemos de todos os indesejáveis detalhes dos nossos ‘bastidores’ e por mais
que todos achem a ‘peça’ encantadora sem enxergar todos os esforços que às
vezes são feitos pra que a maquiagem de sorrisos esteja lá, quero que você saiba
que com você ele sempre é sincero, mesmo que às vezes meio insosso, sem sal.
Sinto
saudades quando você não está por perto, e me sinto segura quando você está do
meu lado. Gosto da sensibilidade que tem sua alma, e de como me sinto tocada
por ela quando nos falamos. Acho teu espírito sincero incrível e único, e
acredito que esse seja um dos teus maiores tesouros. Nós temos uma saudade em
comum, a saudade da nossa Rosa e assim como eu adoro quando dizem que me pareço
com ela, fico feliz quando perguntam se eu e você somos irmãs. E mais,
realmente acredito que somo irmãs, irmãs de alma, de coração. Saiba que comigo
seu choro será sempre acalentado, seu riso será sempre regado de mais risos
ainda e assim eles se multiplicarão. E por mais que inúmeras lagrimas ainda nos
esperem, nossos risos serão muito maiores, e em uma quantidade que não pode ser
calculada em uma forma lógica. E que indiferente de serem risos ou lagrimas,
nós estaremos juntas. Afirmo isso com a única certeza que tenho pra lhe dar, a
certeza do amor, e eu te amo.
Ps: espero
que saiba disso tudo e que nunca se esqueça!
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Olha amor
É
tudo uma questão de fuga
Antes,
o que te fazia fugir?
Do
que está fugindo agora?
O
não querer ficar não está no que há
E
sim no que pode deixar de existir
Que
se findará sem cotrole algum
Querer
não pertencer
É
crer que não se pode perder
Já
que de fato não se tem.
Perdoe
o partir
O
não existir
O
não sobreviver em um lugar senão em mim
Perdoe
o voar
O
deixar de estar
O
não acreditar em historias que não terão fim
domingo, 14 de outubro de 2012
Meu reflexo
... foi então
que pela primeira vez me olhei no espelho de maneira atenta, e vendo meus olhos
refletidos diante de mim, te enxerguei
aqui. Incrível te ver em mim quando tudo que eu queria era exatamente isso. Refleti
um instante, sentindo a pele arrepiar por conta do sussurro da vida em meus
ouvidos dizendo que você sempre estaria aqui e firmei ainda mais a visão pra não
te perder no reflexo dos meus olhos.
Eu tinha
diante de mim àquela em quem sempre me espelhei. Aquela a quem cuidei a quem
dei de mim o melhor que pude extrair. A mesma que tantas vezes me fez chorar a
emoção da subjetividade particular de cada ser humano e me fez sorrir a alegria
de cada pequena descoberta me fazia agora, chorar o sorriso de descobrir como a
sua subjetividade vivia também em mim.
Fato é que
sempre disseram que meu semblante lembrava o teu, passando algum tempo, agora
dizem que minhas pétalas cada vez mais se assemelham as suas. De uma maneira
bonita meu ego se inflava por ouvir que eu me parecia contigo, mas de uma
maneira triste eu não conseguia acreditar veementemente nisso, foi então que te
enxerguei no meu reflexo no espelho, nos traços do meu rosto e no fundo dos
meus olhos...
A dor de não lhe
ter por aqui em um abraço ainda é a mesma, independente de como me digam que eu
tenho que passar a enxergar isso de uma maneira diferente, isso sempre será a
pior dor que eu poderei sentir, mas não posso mentir, negligenciar ou omitir o
fato de ter me sentido um pouquinho mais próxima de ti depois de ter-lhe
enxergado em mim.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
(?)
Quando eu acreditei, tive bons
argumentos pra tentar lhe convencer de que seria lindo pra nós se você comigo
ficasse. Justifiquei, expliquei, planejei e você sempre se esquivava me
deixando na dúvida se eu estava deixando algo faltar ou se o buraco era mesmo
em mim. Cheguei a me culpar, creditar o meu fracasso à minha incapacidade de me
entregar, ate perceber que meu erro com você foi justamente me entregar sem
recíproca.
Achava curioso como você me chamou
atenção. Achava intrigante como me submetia a certas situações pra te ter por
perto, mesmo que nos descrevessem em amizade. Achava hipnotizante seu olhar e
deliciosa à forma como você passeava pelo meu corpo. Mas o que mais alem de
curiosidade pelo não entendimento existia entre nós? Foram citados alguns
tantos sentimentos que definissem tudo, mas no fim, a única definição que
restava era justamente a de fim.
Talvez eu devesse ter acreditado nos
avisos que encontrei pelo caminho, mas eu teimosa como só, e com essa mania de
acreditar, enxerguei em você algo que nunca aconteceu e que hoje sei que não acontecerá.
Penso que minha teoria de que, há amores que nascem para serem guardados,
apenas pra nos lembrar de que ainda somos capazes de amar, realmente seja real.
Bom, ao menos com você foi.
Mas não me condeno! Como não se
encantar por um lindo ponto de interrogação? Alguém com um olhar profundamente
delicado e que lhe fazia carinho na alma com suas palavras? Era impossível não enxergar tanto
sensibilidade em um ser só. Ver em você as mesmas revoltas que as minhas porque
o mundo estava do avesso. Sentir em você os mesmos sonhos que eu guardava
embaixo do meu travesseiro. Era diferente. Era especial. Era você. Hoje já não é
mais.
Ainda desejo em todas as minhas
orações o seu bem. Solicito cuidados pra ti onde você não puder se cuidar e espero
que você enxergue a capacidade enorme que tem de semear o bem e não a de gerar confusões
nas vidas alheias rs. Apenas não era pra ser – como não foi – mas sempre
sentirei algo muito bom transbordar de mim quando te vejo. Há anos é assim e
duvido que isso mude.
Ps: Paz e flores.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
É aqui que dói
Você
poderia me perdoar por não conseguir te esquecer? Por toda vez que fecho os
olhos te ver de maneira nítida na minha frente? Seria você capaz de ignorar
lágrimas furtivas mesmo em dias de sol quando tudo parecia estar indo bem? Você
desculparia minhas negligencias com a minha dor por não ter suas mãos entre as
minhas? Entenderia quando eu digo que eu nunca estive pronta pra ter ver ir
embora e que nem se todo o tempo do mundo se consumisse em um segundo eu
estaria preparada? Esconderia a decepção nos seus olhos ao perceber que não sou
tão crescida ou madura pra me virar sozinha, e que sim, eu precisava de mais
alguns abraços que me segurassem de pé. Ignoraria minhas súplicas um tanto
quanto tolas, egoisticamente desesperadas pra te ter de volta? Tentaria me
explicar como isso tudo pode terminar bem desde que eu me esforce? Mas que
porra... eu não quero me esforçar. Eu não quero me esforçar pra ficar em um
mundo que nunca me agradou e ainda por cima sem saber quando vou te ver outra
vez. O que eu quero é me jogar no teu colo e chorar a saudade desses meses que
se passaram como anos e que minha percepção já distorcida pela dor faz parecer
séculos. Eu quero olhar pra você, colocar a mão no meu peito e te dizer: é aqui
que dói! É aqui que não sara... sabe, me pergunto todos os dias: será que daí onde
você está consegue ver o buraco que ficou por você já não mais estar aqui? Será
que enxerga o amor que transborda em mim e que não tenho como lhe entregar? Você
saberia me apertar em um abraço e dizer que entende quando todo mundo diz que você
na verdade nunca irá embora de mim, quando a saudade que eu sinto e a vontade
que tenho de te encontrar nunca me deixarão acreditar nisso. Saberia? Claro que
saberia né? Você sempre sabia de tudo quando o tudo era eu. Sabia ler todos os
meus sorrisos, meus fins de mundo e meus recomeços. Sinto falta da ausência de
palavras, dos diálogos por assovios e dos abraços por olhares. Quem nessa vida
me condenará por amar uma Rosa e por não saber conviver com a falta que ela faz
e sempre fará? Hoje, o que tenho pra lhe dizer, é que as vezes, amar tanto
assim dói muito...
domingo, 7 de outubro de 2012
Aprendendo a matar.
Eu não sei vocês,
mas eu nasci e cresci ouvindo de uma pessoa digna de ser chamada de exemplo,
que nós devíamos acreditar nas pessoas e em como elas podem fazer o bem se
quiserem. Em como temos um sopro de vida dado por Deus, e como isso só pode ter
deixado em nós um traço tão bom que somos sim capazes de praticar o amor e
viver na esperança de dias melhores e pessoas que queiram fazer o bem.
Eu não sei
vocês, mas eu cresci ouvindo da boca de uma pessoa incrível, que apesar de
todas as asperezas da vida, ela sobreviveu, abdicou de seus espinhos e que
ainda sim conseguia sorrir contando uma historia que pra muitos seria o fim. E
que você tem duas saídas quando a vida te encurrala: ou você se agacha e chora
feito criança esperando que um milagre te tire dali, ou arregaça as mangas e
luta contra o que te fez ficar preso naquela ‘rua sem saída’.
Eu não sei vocês,
mas eu cresci acreditando nas pessoas e que eu deveria sim confiar e tentar
enxergar o que elas tem de melhor, por que no fim, seria isso que falaria mais
alto. Que aquele tal sopro de Deus é o que nos faz no final ser bons e dignos de
ser chamados de seres humanos...
Eu não sei vocês,
mas depois de ouvir tudo isso dessa pessoa diferente de qualquer herói de
quadrinho e que vencia uma batalha todo dia, eu entendi que mesmo acreditando,
esperando o melhor e enxergando que as pessoas tem sim coisas tão boas que
poderiam fazer um bem excepcional por ai, elas vão sim te decepcionar quando não
corresponderem a sua expectativa de que elas podem agir de uma maneira não previsível
e transcender. É ai que você tem que saber matar!
Eu não sei vocês,
mas eu, mesmo aprendendo a acreditar, enxergar e esperar atitudes diferentes
das pessoas, relutei muito pra aceitar que a vida tem suas mortes e que quando
as pessoas não vão embora e se matam na sua vida por conta própria, você precisa
aprender a matá-las. Não uma morte do corpo físico, e sim uma morte de presença,
quando priva-se essa pessoa de todo o bem que você poderia fazer a ela. Que deve-se
matar alem de pessoas, os sentimentos que elas fizeram nascer e que agora não tem
onde continuar vivendo dentro de você.
Eu não sei vocês,
mas eu me entristeço pensando em como podíamos ser melhores, em como há inúmeros
exemplos disso, cada um em sua particularidade e que ainda sim preferimos viver
na mediocridade do comodismo. Eu não sei vocês, mas eu aprendi a acreditar com
quem melhor poderia ter me ensinado, uma Rosa sem espinhos e com um perfume que
te fazia sonhar sonhos verdes. Eu não sei vocês, mas eu entendi que às vezes,
pra que você possa continuar acreditando você precisa aprender a matar quem
luta pra que você abra mão dessa capacidade.
Ps: o meu
acreditar foi um presente ganhado de uma Rosa única e não há quem o tire de mim.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Meu Lugar
Estive pensando: minha Rosa foi – é –
mais que uma simples rosa. Minha Rosa transcendeu todos os papeis que
desempenhou por aqui. Foi mais que filha, mais que irmã, mais que esposa, mais
que mãe... Minha Rosa foi maior e melhor que tudo que lhe pediram, tudo que lhe
impuseram e tudo que ela quis ser e fazer. Era uma rosa que não tinha espinhos,
uma pessoa de luz que clareou muitas vidas por ai – inclusive a minha.
Minha Rosa foi um lugar. Tinha cheiro,
textura, calor. Não tinha hora marcada, seu tempo era só seu e eu adorava
acompanhá-la na sua dança das horas. Tinha historias escritas que enchiam
corredores daquela memória que guardava tanta lembrança que biblioteca nenhum
poderia servir de repouso pra sua vivência. Sem contar o jeito (re) contá-las
que me encantava cada vez que elas eram repetidas.
O lugar que eu chamava de minha Rosa,
tinha um som tão característico que nunca mais o ouviria por ai senão dito por
tua voz ecoada na memória que aos poucos vai sumindo de vez. Uma rouquidão
grave e calorosa que aquecia ate a alma do amigo mais cético que viesse nos
visitar. Um som que emitido ao pé do ouvido me enchia de um amor tão único, que
amor nenhum serviria de comparação.
Um lugar tão especial que
independente da sua dor, ela se amenizava quando você se aproximava dela. Tinha
mãos tão calorosas que eram as únicas capazes de aquecer as minhas que agora
passam semanas gélidas. Um colo tão protetor que até o mais terrível dos meus
medos parecia nada quando eu estava aconchegada, aninhada ali. Sem falar do
cheiro de segurança e de cuidado. Da proteção que inspirava aquele olhar tão doce.
Sinto falta da crença no amanhã, das soluções
que viriam e que eu só precisava acreditar. Sinto falta de saber que por mais que
o mundo fosse duro eu tinha onde desmoronar. Sinto falta desse lugar que era
seu abraço. Sinto falta de quando segurava minhas mãos entre as suas e me
chamava de ‘minha rosinha’, aquela era a hora em que eu me sentia mais
orgulhosa, só porque eu pertencia à mesma matéria que você, minha Rosa.
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