terça-feira, 31 de maio de 2011

Tão sua.

Uma mentira repetida várias vezes na nossa história nunca vai ser verdade. Somos dois atos falhos tentando fazer dar certo. Depois de muito tempo fui perceber que o tempo todo eu andei fazendo os pedidos errados. Pedi certezas quando tudo o que queria era confiança. Pedi o seu tempo quando queria atenção. E o pior de tudo, pedi a sua armadura quando era o seu coração que queria. Conversar entre linhas não é assim tão fácil, e confesso que fiz promessas que nunca fui capaz de cumprir. Até agora tudo o que fiz foi falar que te era inteira, mas só deixei você ver metade. Te sufoquei com expectativas fantasiosas, e acabei me apaixonando por elas. Agora, só agora, entendo que esse sentimento todo existiu só na minha cabeça, e não contente com isso, tentei desesperadamente fazer com que acreditasse nisso também. Mas ao ver aquela minha velha estrela me peguei fazendo um ultimo pedido: "uma chance para ser tudo novo, de novo". E voltamos a estaca zero.
 
 
(Achei lindo)

Comunicado importante!





Se querer saber de mim, me pergunte. Não levante hipóteses e as tente comprovar de formas especulátivas e maldosas. Se se interessa pela minha vida, participe dela e nao fica na arquibancada apenas assistindo e me xingando porque cometi aquela falta. Se se preocupas comigo, dê-se ao menos o trabalho de me conhecer de verdade pra que suas preocupações não virem meras obrigações. Se esperas que eu faça as coisas certas, saiba que o certo é relativo de mais, e se eu não souber o que vc pensa a respeito nunca entraremos em um acordo. Então não me cobre aquilo que eu nem sei que você espera de mim, ainda nao sei adivinhar. Minha vó sempre disse que sou menina de convivência fácil. Que me tirar do sério exige trabalho árduo, e que não sabe se isso seria uma boa idéia a menos que você esteja disposto a brigar com quem não abre mão dos seus direitos. E meubem, depois que você já abriu mão do teu orgulho e admitiu aquelas faltas injustas que cometeu, você não tem idéia de como teus direitos te gritam alto e você não seria capaz de abrir mão deles nem se quisesse. Ela tem razão, eu não gosto de brigas, eu as detesto, eu as evito até onde outras pessoas já teriam perdido a sanidade, mas se seu intuito é realmente me tirar a empatia por ti, saiba que eu já li a Arte da Guerra. Eu estou quieta, eu estou observando, e eu estou comprovando o quão oscilante tu és. Grita valores, mas o eco daquilo que não é real é ensurdecedor, e você se confude e cái em contradição. Ahhh! e eu sou filha de vó sim, eu tenho uma mânha disfarçada e tenho uma mae que morre de ciumes dessa duplamente mãe. Me desculpe se não consigo ser efusiva, é que me sinto muito idiota quando faço as coisas racionamente. Paradoxal! Mas fique calmo que quando elas saem de forma espontanea é uma coisa linda de se ver, por favor não queira me fazer agir de forma racional que assim eu perco todo o meu encanto. Se você quer me fazer mudar de opinião e abandonar meu argumentos, me convensa, converse, discuta, mas não tente se impôr que isso não funciona. Eu já não tenho paciência e saúde mental pra viver sendo moldada, medida, pesada e depois concluir que não há medidas pra esse tipo de limitações. Então eu só tenho uma coisa a pedir...

Se você realmente não me conhece, se não participa da minha vida, se eu não te deixei entrar no meu mundo nem pra visitar, se você não conhece minhas dores, se nunca viu minhas cicatrizes, se nunca me viu chorar por um motivo que pra mim era transbordante, e se nunca morreu de rir comigo por um motivo idiota, então nao me julgue... você não tem o menor direito! Fui clara? Espero que sim.



Obrigada.



sexta-feira, 27 de maio de 2011

Observando-(me)







Então me sentia culpada por todos os planos que não foram. E estou diante de uma grande tela de cinema hipotética, assistindo minhas metáforas amorosas serem exibidas diante de mim. E eu expectadora como sempre, assisto a tudo de forma passiva e imóvel. Os gestos de carinhoso e os gestos ásperos de uma maneira bem simplista confundiam-se entre si como se por virem da mesma pessoa fossem também um só. Não sei. Eu tinha os olhos embriagados dessas lágrimas que deixei de derramar, e nesse momento eu as estou bebendo enquanto evito derramá-las em forma de choro. As únicas companhias que tenho nesse presente momento onírico, são as fantasias que criei, e os fatos que eu realmente vivi e já elaborei. Como anjo e diabo, travam uma batalha entre si, tentando me fazer decidir qual teve mais influencia sobre mim. O que eu de fato vivi, ou o que eu criei na minha mente um tanto insana. Do lado de fora dessa exibição cinematográfica elaborada pelo meu inconsciente, deixei minhas sentimentalidades plagiadas por um alguém que não admiro, e meus motivos de querer continuar a escrever e interpretar essa história. E quanto mais eu repito essas cenas organizadas rigorosamente de forma cronológica, as assistindo quase que de maneira compulsiva e neurótica, menos consigo encontrar um final plausível para essa história. Talvez porque não haja final...



Is that supposed to be enough? Eu acho que não!



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Torto.


Consegues perceber a beleza nas curvas tortuosas dessas árvores baixinhas, de casca grossa e raízes demasiadamente profundas? Você conseguiria entender se eu te falasse da necessidade que ela tem em ser assim, de cascas grossas, formas tortas e raízes profundas? Teria você a capacidade de absorver para si os conceitos de proteção que ela tem pra te ensinar? De notar em cada pequeno detalhe nada simétrico como o belo não é o óbvio? Se eu te dissesse que não é fácil ser assim, e que essa forma de ser, é a única forma que encontrou pra sobreviver, e que no torto que nela habita tem mais significado que a maioria das outras árvores - pessoas - seriam capazes de compreender? Você teria olhos pra enxergar suas raízes demasiadamente profundas e reconhecer que são elas que possibilitam a vida? Seria sensível o bastante pra notar que suas sementes são tão bem protegidas, que na maioria das vezes precisa-se de fogo pra que elas se rompam e dêem forma a outra vida? Curioso pensar como até o fogo que é visto como algo destrutivo, pode ajudar a vida desabrochar? - Nem o bom como muito bom, nem o mau como muito mau! já dizia minha avó. E ainda falando de sensibilidade, notaria o sabor forte que têm seus frutos, e que precisa-se ter alma de anjo para conseguir degustar? Do contrário, repunarás até se sentires o cheiro....


"NEM TUDO QUE É TORTO,
É ERRADO.
VEJA AS PERNAS DO GARRINCHA
E AS ÁRVORES DO CERRADO."


Reflita!



quarta-feira, 25 de maio de 2011

A dívida.


Eu não tenho tanto tempo quanto gostaria, e pelo tempo que eu tive, eu não sei se me sinto privilegiada ou cheia de remorço por não ter cometido o que senti vontade. Os meus conteporânios quase já não são presentes. Não por vontade deles... mas por causa da dívida que todos pagam, foram cobrados em seu devido tempo (ou não). Se foram... mas eu permaneci por aqui.

Na minha árvore genealógica, todos os que nela são parte de mim, são mais novos que eu pelo menos uns 20 anos. Sou senhora de mim, e finalmente sinto que conquistei a liberdade que na minha juventude fora tão sonhada. As pessoas que me disseram que em mim mandavam, aqui já nao estão e posso fazer o que bem entender, desde que minha saúde me permita. Liberdade forjada por um estado de saúde frágio que me limita a esses poucos metros quadrados onde me encontro.

Vivo cercada de amor e carinho, mas sinto uma solidão e um vazio que ninguém mais pudera preencher. Já não ouço as músicas da minha mocidade, e o que eu dançava quando jovem virou motivo de piada para juventude da vez. Triste... mal sabem o quanto vão sofrer quando sua vez chegar e como um nenem voltarem a precisar de cuidados. Mas não me preocupo, o tempo ensinará - como me ensinou. Chego a achar cômico o tanto que trabalhei na minha vida, e o tanto que hoje dou trabalho.

Tenho tantas marcas no rosto como tenho anos de caminhada. E esses tantos traços fortes talhados pelo tempo, na sua profundidade toda não são capazes de contar quantos apuros eu passei, quantas vezes quase conheci meu Deus, e quantas eu realmente senti essa vontade sem ter oportunidade. Ah... como eu tenho histórias pra contas, como tenho experiencias para dividir e evitar que os mesmos erros que cometi sejam repetidos por quem amo. Mas agora te pergunto: - Há quem queria ouvir? Poucos, por pena talvez. Ou quem sabe minha amargura já me consumiu e eu desaprendi a reconhecer um gesto sincero. Triste... 

terça-feira, 24 de maio de 2011

Quase chorei de emoção.




Quando abri a geladeira quase chorei de emoção.
Fui logo pengando minha colher e indo em direção ao quarto.
Nas mãos o meu torfel dentro daquela caneca verde limão.
E eu nao conseguia parar de repetir.




- PUDIM, PUDIM, PUDIM...

Ele não entendia.

- É que ele tinha essa estranha mania de guardar os outros dentro de si. Como que em processo de colecionar pessoas, guardava seus amigos, sua familia e seus amores. Sim, no plural. Amores. Como lera certa vez, não se esquecia de quem amou, dava um passo adiante em direção a um novo amor. E assim ele seguia sua vida monótona e regada a essas tantas xícaras de café e cigarros pacientemente fumados. Vez ou outra sentia uma inquietude quase sufocante, que lhe provocava uma torrente de projetos e planos bem elaborados, que o faziam sair daquela inércia e caminhar em direção de algo novo que não fosse ela. Se funcionava? Claro que funcionava, mas só por algum tempo, pra sermos sinceros.

Áquela sacada do quarto, onde ele sempre se sentava pra olhar o dia renascer, fumando seu cigarro companheiro e bebendo seu café que agora fazia o papel que em outrora era dela, de aquecer-lhe, era o lugar preferido de sua existencia. Tinha uma singularidade especial, e ele nem conseguia imaginar-se longe dela, sem ver dia-apos-dia, o sol nascendo o chamando pra traduzir os sentimentos alheios em meio a versos bem rimados, e contos bem elaborados. Gostava de perceber como as pessoas se identificavam com as suas dores, os seus amores, e suas alegrias em ver o sol nascendo ou se pondos. Em ver detalhes pequenos, mas por demais significativos para quem tem olhos que sentem.

Ah... se era nostalgico? Ao extremo. Seus guardados, seus achados, seus versos, sua mania de esquilo. Tudo isso podia ser definido como seu tesouro. Talvez a tristeza que trazia nos olhos fossem tambem um dos seus bens mais valiosos, talvez essa tristeza que as pessoas julgavam como algo ruim, fosse só uma forma torta de sentir. Uma forma torta de ser, para quem vivia tão aparentemente cheia de alegria, que não lhe cabia tristezs alguma. Então ele as guardou todas dentro de si, pra que a alegria dela sempre fosse radiante, e ele fizesse o que mais gostava, olhar a sua alma transpirar felicidade. Só esqueceu-se que tristeza de mais vira câncer, e apesar da boa intenção, isso não o salvaria de tamanha melancolia.

Ele a achava tão bela, tão única, tão ela. E era como se já sentisse a dor da perca antes mesmo de ter ganhado. Talvez por isso a derrota fosse constante. Era sempre derrotado pela atenção pros livros, pelos videos, as musicas, as flores, os passaros, o céu, as estrelas, ate pelo cachorro. Tudo tinha lugar no mundo dela, menos ele. Ela dizia que ele era em quem ela mais confiava. E ele se sentia como se fosse capaz de resolver todos os problemas dela. Tolo! Não era capaz nem de resolver os seus, quem dirá em um passe de mágica fazer desaparecer todas suas preocupações e vertigens provocadas por sua incapacidade de se desligar do mundo. Ele nao entendia que ficar proximo nao resolveria nada. Ele não entendia...

Julgava que amor fosse milagre, mas viu que milagre mesmo é deixar de amar. Por isso acreditava em passos adiante no rumo de um outro novo amor, nunca em esquecer-se de vez. Então guardava seus amores passados e os traduzia em pseudonimos, pra que os visse sempre de uma distancia segura e sem negar sua existencia. Nunca negara sua sentimentalidade, e isso o tornara íntegro quando parou de lutar contra o que a torrente trazia, finalmene encontrou-se consigo. E não, isso não era o fim, era o começo de tudo o que ainda estava por vir, de tudo que ele poderia fazer acontecer. Seu jeito torto de amar, seu jeito torto de sentir tambem era sentido por mais pessoas, e isso fazia com que ele nao se sentisse só, como se sentira permanecendo ao lado dela. Então ele partiu rumo a outro amor, mas sem conhecer o milagre de esquecer.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vem.


( Não é meu, mas representa muito de mim )


Vem cá! Vem ver minha vida. Vem! Pode abrir a porta. Não está trancada. Olha só como eu vivo. Sente como eu respiro. Olha a luz que me ilumina. Olha aqui essa ferida, viu?? Me cortei cozinhando.
Vem ver minha dor enquanto leio o jornal. Vem que não tem mais ninguém aqui. Não precisa ter medo, não mordo, não corro. Eu não sinto raiva. Tenho defeitos, mas não aprisiono. Vem! Tem flores aqui também. Pus água nelas ontem, quando ganhei um abraço. Vem, olha, eu esqueço, mas amo.
Resolve querer entrar, aqui é tudo verdade, não tem truque. É pedaço por pedaço, não tem mistério, nada é particular. Eu quero até que você entre. Está todo mundo longe e eu sempre cozinho para muita gente, não sei fazer meio pacote de macarrão.
Vem! Quem sabe a noite você pode me ajudar a trancar as janelas antes de dormir. Vem sim. Aqui tem cobertor pra você, tem água fresca de filtro de barro, tem chão gelado para acordar os pés, tem banho quente pra lavar as lágrimas, tem árvores que embalam o pensar. Vem! De vez em quando aqui tem até poesia de ler e de ouvir. Tudo bem baixinho.
Agora que percebo que você está sentindo uma pontinha de vontade de entrar, devo te avisar: aqui também toca rock pesado e alto. Aqui de vez em quando acaba a luz. Completamente escuro e demora pra voltar um raio.
Sabe, às vezes as prateleiras esvaziam e a porta se tranca sozinha, então passo fome. Às vezes só aqui dentro faz um frio danado que nenhum cobertor dá conta. Tem dias em que a fumaça embaça completamente a visão, fica difícil até andar pela casa.
Algumas noites de tão sombrias que ficam aqui tem oração, dessas desesperadas quando deus, mesmo que não exista, tende a olhar por mim. Essa casa tem dias que parece que vai cair, e alguns tijolos até chegam a ruir. Eu me seguro e seguro a casa também, não se preocupe, mas que assusta, assusta! Não posso negar que tem dias que acordo com sono. E volto a dormir. Terás de ficar sozinho. Passo muito tempo sem sonhar, então ficaremos muitos dias sem assunto. Mas estou aqui fora, te esperando!
Vem! Aqui é tudo verdade.



(Camilla Tebet)

É que me divirto com contos de fada.





Então me perguntaram sobre toda essa contraditoriedade, e eu lhe falei de como ela se tornara passado em mim. Eu tenho tantos furacões dentro de mim, mas confesso que a minha natureza anda acalmada por algum fenômeno extraordinário chamado paz. Nessa minha natureza deparei-me com um trevo de quatro folhas, aqueles que nos atraem a sorte, mas não tive olhos pra enxerga-lo. Não consegui enterder que ele não me traria nenhuma sorte, ele era minha sorte personificada alí na minha frente. E eu me fiz cega para não ver.

Certa vez me chamaram de bicho arisco, e até reconheço que por muito tempo tive medo de demonstrações de cuidado e então me afastei. Mas até que eu tenho conseguido colocar em prática essa 'cancerianeidade' toda que andei negando por tanto tempo. Tive alguns insigths, e em momentos de reflexão é como se o mundo fosse meu quebra-cabeça preferido de infância, e eu conseguisse remontá-lo com tanta calma e agilidade que fica difícil voltar imaginar esse mesmo mundo fora da sua órbita. 

Não, não tenho mais brincado de faz-de-conta, e a realidade mais tem parecido um conto de fadas encantado. Desses com princesas, castelos e dragões. Mas é claro que há dragões! Eles simbolizam os que ainda nao peceberam que não são mais que coadjuvantes na minha vida, e que as chamas ácidas de comentários desnecessarios não conseguem me atingir, por que estou vestida na melhor das armaduras, a verdade que há em mim, e que por um tempo eu deixei oculta. Então desistam por favor, de tentar fazer que eu vá contra elas, é inútil! Tolos!

Eu sei que tentando me mostrar forte, perdi meu encanto de ser frágil. Acho que até consegui me tornar boa de briga, mas tive que abrir mão da beleza de demonstrar fraquezas e recuar. Ainda guardo algumas cicatrizes das rixas que perdir, mas tem muitos conceitos que construí apartir dessas cotoveladas no estomago e socos nos olhos da alma. Mas até que tenho aprendido a abrir mão de ganhar, e perdido o medo de ser protegida. É que alguns olhos me inspiram confiança, diferentemente de outros que nem sabem olhar.

domingo, 22 de maio de 2011

Bom dia meu bem!


Eu nem gosto de acordar cedo, mas em dias assim eu me sinto com uma disposição incomum. Ter alguem pra se dizer bom dia, fazendo dengo naquele despertar preguiçoso e de repente você já saltou da cama e está aprontando o café.

Acordar ouvindo você assobiar aquela musica que sempre canta quando está radiantemente feliz, e entao sorrir com você. Curiosa essa sua forma de expressar sua musica, pra mim voce nao a canta, e sim a assobia, me pergunto se eu sou a variavel nesse ambiente que te faz responder assim, à nós. Penso que sim, mas não quero pensar em nada.

Agora sinto o cheiro de canela. Nao posso acreditar que aqueles boninhos estao sendo assados. Quase grito de felicidade. Voce sabe o quao apaixonada eu sou nesses bolinhos - nao mais que em voce - mas sabe. Entao resolvo que vou ficar aqui deitada, fazendo manha na cama enquanto espero voce vir me dizer bom dia com esse sorriso de sol que ilumina o quarto, e assim o faço.

Minha mente ainda está passeando em voce e nessa noite que passou. Como pode alguem levar o meu alto contrele assim, sem o menor esforço? Tento entende, mas nem quero prestar atenção em nenhuma linha de pensamento lógica que se mostre. Quero reviver cada detalhe, cada toque e cada suspiro. E sendo bem simplista, eu nem acho ruim voce despir minha alma dessa forma.

Como faz bem tirar a armadura de vez enquando! Perto de voce eu me sinto sem nenhuma desefa, sem nenhuma proteção que me salve e me condene ao meu mundo protegido, mas solitario. Nós estamos reclusos no nosso mundo, estamos em processo de fulga da realidade. Afastando quem e o que não merece atenção ou o nosso tempo. Esse quarto se faz o nosso forte, é incrivel como pareço invencível quando estou aqui dentro com voce. É como se nada nem ninguem fosse capaz de atingir-nos. E eu tenho tempo e espaço para sorrir com voce.

Ontem enquanto eu me arrumava pra te encontrar, me peguei pensando em como eu sinto saudade quando me despeço de ti. E agora enquanto estou aqui deitada, esperado voce, meus bolinhos e o café, estou sentindo exatamente essa saudade irracional. Irracional pois voce está a um cômodo de distancia. Mas quem disse que há distancia calculavelmente racional para sentimentos?

Eu posso dizer que minha ansiedade está crescendo, enquanto ouço voce assobiar, os bolinhos cheirarem a canela, e voce nao entrar logo por aquela porta me fazendo crer que nao estou novamente sonhando. Eu quase me levanto, quase saio correndo ate a cozinha pra poder testemunhar o fato de estardes ali sim, ali comigo e para mim. Me detenho e me entrego ao bem estar de estar esperando voce. E como nao poderia ser diferente, voce entra radiante no quarto e me diz com olhos de alegria:

- Bom dia meu bem!

[...]

sábado, 21 de maio de 2011

A vó e a menina.


Você chega, senta e logo o amor de assenta em você.
Conversa vai conversa vem e lhe é servido um café.
Não tem tempo pra isso, não tem tempo pra aquilo, mas está sempre por lá.
Dói aqui, dói acolá, mas a dor só é mais um dos assuntos naquele repertório.
Afinal, como diriam os antigos, amigo é aquele que mesmo sem poder ficar,
fica, mas sempre dizendo que é só até o próximo café.



Ensinamento

- Mãe?!
- Quê menina?
- O que eu faço com as coisas que quero guardar, mas não tem mais lugar?
- Joga fora, oras!
- Mas eu não quero jogar fora.
- Então ache lugar para elas.
- Mas os poucos lugares que tenho, já estão ocupados.
- Olha, reveja se as coisas que estão ocupando lugar realmente merecem estar ali, depois que chegar a uma conclusão, joga fora as que você achar que não precisa mais, e então terá lugares vagos para poder colocar as coisas que não estão acomodadas.
- Mas mesmo assim vai faltar espaço pras coisas que eu quero guardar, mas não há lugar. E eu ainda sim vou ter que abrir mão das que já estão acomodadas. Eu não queria abrir mão de nada, mãe!
- Ah menina, nunca se pode ter tudo! Acostume-se, é a vida. Paciência.

Amuleto.


E de repente eu tinha o mundo em minhas mãos, por que meu mundo naquele momento era somente você e todos os lugares em que você pudesse estar. Era como se o nada fosse muito simples e o tudo muito pouco pra poder justificar e dar significado àquele instante. Te abracei forte pra poder te sentir perto, e mais perto, te guardando cuidadosamente dentro dos meus sonhos que agora são reais. Agora é engraçado pensar em dias passados onde sua ausência era tão presente e eu me sentia só, eles me parecem tão distante, tão fora de mim quando estamos assim passeando de mãos dadas pelo nosso mundo. Eu me vi tão incapaz distante de ti, me vi tão sem rumo, como poeta abandonado em madrugadas boêmias, sofrendo por quem ama e não existe recíproca. Recíproca! Palavrinha tão forte e significativa, tão verdadeira quando penso em você.
Mergulho nesse sentimento e sensação que você desperta em mim. Me entrego à paixão que você faz estampar no meu corpo ao me tocar, e abafo um grito. Vários gritos na verdade. Gritos de liberdade, de saudade, de vontade, de prazer, de medo.  Sim, medo. Que atire a primeira pedra quem não tenha medo de perder o que lhe é importante. Atire! Pois eu tenho, e tenho muito.
Sabe, acho que mais divertido que ser mimado, é mimar alguém. E quando esse alguém está acostumado a ser mimado desde neném, ai sim é que se torna um parque de diversões. Ver-te desmanchar em dengo me traz essa vontade louca de te apertar e dizer como eu estou feliz porque você está, porque nós estamos e sempre soubemos o que os outros sempre se negam a ver.
Sem contar essa vontade quase que incontrolável de ficar sorrindo o tempo todo. Se pegar com cara de gente boba, as pessoas perguntando por que você anda tão feliz e você respondendo que: Ah... Ela é bela! A vida é muito bela! E depois ninguém entender nada e continuar se perguntando por que andas tão feliz. Eu nem me daria ao trabalho de explicar, por que sei que a compreensão está bem além da curiosidade. Eles que não são simples de coração, eles que não são e nunca serão como você, por que você, antes mesmo que eu falasse, ou tentasse explicar, sentiu na transpiração da minh’ alma como eu estava feliz por novamente aqui você estar. E enquanto eu fico aqui deitada olhando pra você, tudo que vem é essa sensação de paz que me dá olhar pra você. E mesmo com a vista turva por causa de toda essa sentimentalidade, eu não consigo parar de olhar você.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crianças grandes.

Se somos todos crianças brincando no teatro do tempo, é com esse olhar de criança que estou aqui sentada, observando todas essas pernas voando, pés deslizando, e manifestações em forma de sorriso a cada vez que uma tentativa se concretiza de forma positiva. Passeando por um mundo alheio pela primeira vez, me permito ver além do que me é mostrado. Me permito sorrir acompanhada. E te digo meu bem, que não seria mesmo atoa e por acaso que eu ando de tão bom humor, rindo pras paredes e esbanjando essas tais energias positivas que todos estão comentando. Mas também, como não reagir dessa forma a essas manhãs ensolaradas pelo brilho de um olhar que está se reascendendo? Como deixar passar desapercebido esse sorriso que paralisa? Como? Me diz e aí sim eu penso se vale a pena abandonar essa sensação que tanto me (nos) agrada. Melhor... me diz e eu te apresento n’s argumentos pra te convencer a continuar sorrindo comigo. A continuar sentindo essa saudade e essa vontade de passear pelo mundo alheio sem se perder. Perdendo-se em palavras combinadas propositalmente para despertar ruborizações súbitas. Encontrando-se em cada música escrita sobre medida pra essa história. Compondo àqueles sonetos de outrora, nas linhas simétricas desse sonho que tenho tido todas as noites (e quase sempre durante o dia). E eu continuo a olhar você...

domingo, 15 de maio de 2011

Cargo à disposição.





Só pra registrar meu descontentamento com esse meu hábito quase que histérico de me boicotar, queria te dizer que estou me afastando. Queria te informar que esperei todos os dias por você, pra que você ficasse do meu lado, nem que fosse pra brigar comigo e me dizer que mais uma vez eu estava errada, e que nem sabia se tinha perdão pro meu erro recorrente. Que fiquei por entender como a pessoa que sempre lutou pra que eu saísse do meu mundo, me trancou lá pelo lado de fora. E olha, saiba que foi muito difícil achar uma outra saída! Uma saída de emergência pra conseguir fugir desse monstro da insanidade. Eu até entendo que sou o meu signo mais que gostaria de ser, e que até poderia ter se cansado dos meus dramas e tramas que eu mesma insisto em desenrolar, ou melhor, em enrolar-me, mas com certeza você não precisava sumir assim do nada, e de graça, deixando essa saudade eloqüente, e cheia de interrogações. Sabe, meus nós e amarras nunca me foram tão claros, e até que eu tenho me esforçado em desfazê-los, mas acho que você nem está perto o bastante pra ver isso, certo? E muito menos pra dizer o quão boa menina estou sendo em querer passar a vida a limpo. Acho que nunca gostei de ser uma boa menina mesmo! Só sei que agora te vejo encorajando o que temo mais do que nunca. E te vejo incentivando essa falta se tornar cada vez maior. Talvez a culpa nem seja sua, certo? Talvez eu quem queira mais atenção do que você tem a dispensar para quem adora contos e fábulas, neh?  De vez em quando me sinto tão perdida no meu mundo, que começo a rezar pra que alguém ou alguma coisa me tire de lá. Lembra disso? Acho que não né. Era exatamente como eu estava me sentindo, e era você o alguém que eu estava esperando para me salvar.

PS: Estou começando a achar que vou colocar o seu cargo a disposição.

Construção...


Sei que sou pequena diante do que sinto,
e sei que esse sentimento que me transborda
me leva pra você até no ímpeto de uma brisa.
Sei dos olhares que não tardam a se encontrar,
dos esbarrões inconscientemente propositais,
e até compreendo os arrepios consequenciais.
Sei de todos os minutos que parecem ser horas,
e enlouqueço com as horas parecendo dias,
e essa semana então, que pareceu durar um mês?
Sei dessa vontade incontabilizaaavel de ter você,
E desses planos furtivos da minha realidade
me fazendo correr para o centro do meu âmago.
Agora eu sei de tantas coisas,
deixa eu te falar sobre elas?

[...]

sábado, 14 de maio de 2011

Achado.




Trecos, tatarecos, recortes e transportes. Um achado, uma lembrança agradável, um sorriso saudoso. Uma verdade, uma memória, um suspiro. Éh! Se foi, mas foi bom.


"Entre prédios e gases poluidores,
desfruto do melhor fruto da natureza.
Fruto de benevolência e confiança,
que me fazem sentir como parte do vento.
Como parte da brisa,
que me leva para os braços da minha...
Felicidade!"


I said I'd never let you go, and I never did

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Fulôr de Cactus.


- Sabe, ontem eu quis escrever sobre esse delicado milagre da natureza, e discorrer em linhas demasiadamente poéticas, o quão eu fico encantada em ficar olhando pra você, Flor de Cacto. Eu cheguei a fazer um rascunho, desses bem simples, desses feitos mesmo a punho, já que esta bendita forma de me expressar, chamada Blog, não queria colaborar com o meu desejo de escrever para você. Mas como sempre odeio tudo que escrevo quando fico relendo, e sim, eu fiquei relendo aquelas palavras bem organizadas, desisti de postar. Então vim escrever sobre a minha vontade de te escrever. De te traduzir em palavras, e te organizar no meu mundo onde elas dançam, elas, as palavras. Agora que já te comuniquei sobre minha vontade, Flor de Cacto, vou apenas registrar as principais frases, na verdade as perguntas que ficaram ecoando na minha cabeça por esses dias.

- Você já percebeu toda a improbabilidade pra se fazer nascer uma flor de cacto, mas que ainda sim ela nasce? Você já percebeu quantos espinhos a cerca, e apesar de delicada e aparentemente frágil, ela se mostra forte por resistir, por permanecer?

Ps: Só sei de uma coisa:    Como é linda a Fulôr de Cactus!

A espera.

A todo momento eu te sinto. Eu chego a tocar, a ver, a ouvir, a te cheirar.
A todo instante eu percebo o quão perto está, como está se aproximando.
Eu estou em estado de alerta, instante que antecede a ação, mas não há.
Eu estou parada, coração em ritmo acelerado, esperando o próximo ato.
Observando as peças do tabuleiro se moverem e se confundirem, simples.
Observando as pessoas falarem a agirem de forma contraditória, suspiro.
Um pouco raramente algo me prende a atenção, e me distraio de você.
Um pouco obssessivamente ensaio revoluções sentimentalistas por nós.
Na expectativa do que está por vir, estou analisando o que já se passou.
Na expectativa de elaborações espontâneas eu estou olhando para você.

domingo, 8 de maio de 2011

Incapacidade de simbiose.

- Sei lá... acho que por mais canceriana que eu seja, nunca fui freqüentadora do clube das pessoas simbióticas que adoram misturar seus mundos entre si, e no final perder as contas de quem é quem, confundindo-se rotineiramente sem se dar conta da anulação que isso trás. Mas não me entenda mal meu bem, por favor, não estou a dizer que devemos ser o tempo todo seres racionais e calculistas, a ponto de não se permitir ser atingido pelas pessoas. Mas poxa!!!! As pessoas não percebem que essa fusão de mundos não é realmente necessária? Será que a autenticidade simplesmente perdeu todo valor, e a menos que os mundos se fundam e se confundam, ninguém acreditará na veracidade de qualquer sentimento que esteja sendo esboçado? E afinal, quem precisa acreditar se não quem está a construir esse universo paralelo? Isso! Exatamente isso. Sejamos paralelos, não fundidos um na personalidade do outro, na persona alheia. Se nos fundimos perdemos o encantos que nos aproximou, a variação que nos atrai, a curiosidade pelo novo, pelo que não é nosso. Percebe como isso é serio meu bem? Percebe como fins são pré-determinados pelo sufoco em que essa situação se transforma? Em como 'ser' o mundo do outro é agonizante? Em como ter nas mãos a responsabilidade pela felicidade alheia é pesado? Nós quantas vezes não conseguimos dar conta nem da nossa felicidade, nem do nosso mundo, nem do que somos e como somos, então por que inventar essa capacidade de fazer de dois, um, em vez de criar um terceiro, um novo mundo, um novo lugar pra se habitar, pra se conhecer e descobrir. Um mundo a ser decorado com sorrisos, lágrimas, sentimentos e sensações que pertence aos dois e não só à um. Então meu bem, o que eu estou querendo te dizer, é pra que você absorva sim, mas não sufoque. Que você faça o que sente vontade por quem tiver vontade de fazer, mas que não espere que ela te retribua semelhantemente na primeira oportunidade e nas demais. Pessoas são tão diferentes, e mais diferentes ainda são suas atitudes entre si, então porque cobrar aquilo que a pessoa não tem pra lhe oferecer? Porque massacrar alguém com expectativas que são suas, que foram elaboradas por você, e a outra pessoa nada mais tem haver com isso, do que um papel coadjuvante que deste a ela, e que sem perceber ela ate pode tentar interpretá-lo, mas com certeza quando se der conta de que não conseguirá, abrirá mão. Eu não gosto de ser metade. Quero sempre ser eu mesma, por mais difícil e árduo que seja isso. E assim como quero a mim inteira, espero que as pessoas venham a mim por inteiro e não fracionadas.

- Entende o que estou querendo dizer, meu bem?


quarta-feira, 4 de maio de 2011

[...?]



Te vi tao distante, tao inalcançável mas com um encanto tao hipnotizante.
Te desejei de pronto, sem mais porquês, sem nenhum motivo plausivel.
Viajei naquele pensamento inconsequente de desejo subto,
de calor intenso, de nenhuma sentimentalidade, apenas vontades.
Quis saber mais, quis entender, quis conhecer, quis desenvendar-te.
Eu quis explorar cada olhar, cada palavra, cada toque e estar em você.
Ir além do que já foram. Transcender qualquer pensamento de liberdade.
Suas palavras me soavam doces, e eu viajava na fantasia de ter-te.
Passeava na impossibilidade que a sua silhueta era pra mim, me perdia.
Eu queria fugir, desviar o olhar e a atenção que te devotava,
mas o desejo de te absorver era maior do que qualquer pudor.
Imaginei o desaparecimento de todas as pessoas em volta de nós,
associei uma canção agradável, e por demasia excitante,
e de repente você estava alí diante de mim...



[...]



Acordei.