terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Uma xícara de café por favor!

   Mais uma tarde que se espirava. Parecia mais um dia comum dentre tantos outros. Mas tinha algo de diferente ali. Talvez fosse o fato de ter dormido mal, ou até mesmo meu estado de espírito ou humor. Bem, não interessa... O que realmente importa é como o tempo parecia ter se desacelerado, como aquela cena que eu vira tantas e tantas vezes ao longo da minha vida, parecia tão cheia de significado e de sentimentalidade.

   Uma onda de sensações indecifráveis me invadiu. Quis sorrir, quis abraçá-la, mas também quis não fazer nada e apenas continuar olhando. Observando cada gesto daquela senhora, daquela criança perdida em meio às marcas do tempo em sua pele. O aroma da bebida quente me invadiu as narinas. Tentei absorver e decorar ao máximo o seu cheiro forte, para guardar aquela lembrança na minha coleção de memórias esquecidas. Foi quando ela se virou fitando-me.
    Olhou-me tão profundamente que me senti despida de qualquer semblante ou máscara. Ela via através de mim, como sempre fizera e eu nunca me dera conta. Um olhar tão profundo e cheio de significado, que era como se ela lê-se todas as minhas dores, e se ressentisse com elas. Foi quando me senti tocada, e então tive vontade de chorar... Antes que a senhora com olhar de menina me indaga-se o porquê das lágrimas nos olhos, eu lhe disse sem mais delongas...

- Obrigada Vó.

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