quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Ministério da Saúde Adverte.


Às vezes (quase sempre) paro pra pensar, e chego à conclusão de que algumas pessoas deveriam vir com uma tarja do ministério da saúde advertindo o quão nocivas elas podem ser a outro ser humano. Ficam latejando na minha mente, esses dramas dignos de novela do horário nobre, essas tantas dissimulações gratuitas que no auge da sua psicose acredita-se ter fundamento, e sinceramente, onde foi parar a minha crença no bem? Outra vez tenho estado só, outra vez tenho me observado, e outra vez não tenho uma conclusão que me faça aceitar que pré-determinismos tenham o poder de modificar minhas decisões dessa forma. Tenho me portado como criança mimada que esperneia frente a uma ordem que não aceita. O diferencial dessa criança hipotética é que tenho duas décadas de vida, estou tentando tomar as rédeas da minha vida e sempre há um detalhe que me faz perde-las.
Queria poder descrever essas pessoas que são tão nocivas. Queria poder ter um antídoto pra se contrapor ao veneno tão doce que é estar em contato com elas. E como é bom o principio da convivência com essas pessoas. Quase hipnotizantes, quase paralisante, definitivamente encantador. Acho que por isso as sequelas são grandes, acho que por isso as cicatrizes são tão profundas. É tudo belo de mais pra que esse órgão bobo aceite que se findou. O encanto que traz a luz de um relâmpago e o medo que traz o barulho de um trovão. É rápido, mas marcante. É intenso, mas não é o bastante. Deixa a expectativa de que a luz permaneça e a tempestade passe. E a luz fica, e a tempestade passa. É instantâneo, creio que justamente por isso não dure como gostaríamos.
Ok, sejamos claros e deixemos as hipocrisias de lado. Eu já estou providenciando o meu rótulo do ministério da saúde. Como poderia eu acusar alguém de nocividade sem me lembrar de como já causei furacões na vida de algumas pessoas. Seria hipocrisia de mais pra disfarçar em meia dúzia de palavras. Mas, uma coisa eu tenho a dizer em minha defesa, a culpa também é de quem cria falsas expectativas. Então, perdoe as promessas que não cumpri, releve as declarações que não condizeram, cuide dos machucados que eu causei, não esconda as cicatrizes, não permita que o fato de ter sido fria impeça você de demonstrar afeto sincero por pessoas diferentes de mim. Plante rosas, dê-as de presente e guarde o cheiro como lembrança. O que permanece das flores é somente a lembrança do perfume.
Daqui pra frente, prometo parar de maquiar o que é falta de caráter com algum draminha barato desse signo, e vocês têm que me prometer não querer cuidar de mim quando eu fizer carinha de manha. Me perdoe os planos não colocados em prática e o tempo que eu lhe fiz perder tendo que planejar cada detalhe e logo em seguida eu não querer mais. Prometo guardar minhas confusões pra mim pra que eu não confunda mais ninguém, então tentem também não me confundir com argumentos baratos. Juro não dizer sentimentalidades assim que surgir a fraca sombra de vontade de dizê-las, e espero também não as ouvir. Se eu não valho a pena, ao menos assim terei a consciência tranquila de que se alguém se machucou não foi por falta de aviso, pois espalhei placas pelo caminho até chegar ao meu mundo. Exigi que redobrassem a atenção e até adverti pra que desse meia volta, assim, sem querer me livrar da responsabilidade de mais um machucado, mas já me livrando, não serei a única responsável.

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