quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Três.



Vivo esperando que alguém ou algo me salve que alguém me condene, e que depois me absolva. Que me façam sorrir, e que depois enxuguem minhas lágrimas – sejam elas de alegria ou de dor – mas que as enxuguem mesmo assim. Sempre espero que venham até mim, que sempre me entendam e compreendam e que eu nunca seja má interpretada. Vivo esperando as boas-novas, o regresso de alguém, alguém esse que eu nem sei se conheço ou se sei que espero. Vivo esperando ser surpreendida, que o encantamento aconteça e que meu coração se torne propriedade privada de alguém. Vivo esperando por emoções inesquecíveis, pelos momentos decisivos, por instantes que dure o tempo do infinito, e por abraços que me escondam de mim mesma. Vivo esperando por sentimentalidades que me invadam, que rompam as barreiras e que finalmente me desarmem. Mas hoje meu caro, me sinto cansada de esperar.  


  Sei que não quero mais falar
essas tantas verdades que eu já tanto menti.
Convivendo dia após dia com esses sóis frios de calor,
e essas noites vazias de contato humano,
deixei de ver o que há tempos estava na minha frente.

Esperando por acontecimentos extraordinários,
deixei de ver beleza no que era simples e singelo,
no que era um detalhe, porém o mais importante.
Sucumbi desejos e me obriguei a crer no contrario
que era o mais fácil a se fazer.


Tudo que quero é que o sol me aqueça, que a noite me acalme, que os sorrisos sejam fartos, e que as lágrimas que caírem, sejam só as necessárias pra que eu não esqueça que a dor existe.

Quero cantar a beleza das manhãs, correr nas tardes laranjadas, ler nas madrugadas de insônia, abraços quando a saudade cutucar o peito, e beijos que me façam perder o chão sob os pés.

Olhar as nuvens, brincar com as nuvens, sentir o vento e dançar com ele, andar na chuva, sorrir na chuça, chorar na chuva, lavar a alma na chuva, outra vez ganhar a vida quando ela, a chuva cair.







Sem mais.

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