domingo, 30 de outubro de 2011

Anjos.


- É domingo, está nublado, está frio e eu estou pensando em anjos. Vão e vêm a minha mente figuras de seres celestiais, dignos de todo encanto que se pode devotar a algo tao explêndido, porém inacreditável para alguns. Faço analogias com suas asas, suas expressões, sua falta de vestes, sua falta de sexo, sua perfeição que condena a uma existência de falas através de silêncios... e tudo que consigo concluir é que, sendo o mais flexível que conseguiria, conheço alguns anjos.
O que mais me intriga é sua ausência de asas dotada da capacidade de me sobrevoar. Presto atenção ao seu excesso de roupas e guardo o pensamento que diz como eu preferia que estivesses sem elas. Esses tantos sexos não passariam desapercebido se não fosse minha atenção voltada pra eles, os mesmos exalam paixão de uma forma que fariam queimar o mais sereno dos humanos. Contrariando a regra que gritaria perfeição e fariam chorar os olhos apenas de observa-los, têm toda uma coleção de defeitos simentricamente justapostos de forma que me hipnotizam os mesmo olhos que antes choveriam. Suas palavras ainda estão escondidas na entrelinhas de um silêncio dito mil vezes e que permanece ecoando na eternidade de mundos convardes. Ainda têm no fundo dos olhos um mar de dentro que afoga qualquer ameaça de dor ou euforia que poderia tirar toda temperância de um anjo, mas ainda sim permanecem humanos.
São saudade de uma eternidade que não conheceram, de uma vontade que ainda nao decodificaram e que talvez será sempre um mito dentre os tantos que se conta para manter a ordem do mundo de fora. Serão sempre àqueles abraços quentes, 'dosados' e apertados que se prendem uma alma pela mesma eternidade que não conheceram. Sobreviveram nas periferias de uma calma forjada que não passa de quereres latentes que não abandonam.
Reconhece-se um anjo ao olhar nos seus olhos e se sentir unundado por algo que não se sabe explicar com palavras, apenas se sentir. Reconhece-se um anjo ao perceber que todas as suas antigas questões vêm à tona como enxurrada que traz a baixo tudo que você ignorara. Reconhece-se um anjo ao querer despedir-se dele e seus olhos continuarem presos nos dele, como imã, como uma atração que não se ousa nem quebrar. Eu encontrei o meu anjo sem asas...

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