domingo, 26 de junho de 2011

Fim



Quanto tempo se precisa pra se provar um amor? Pois foi com o sorriso de sempre que você me recepcionou quando cheguei, e foi com lágrimas nos olhos que me disse adeus. Nessa vida a gente se depara com tanto imprevisto, que como eu poderia ser capaz de prever algo como o que nos acontecera? Nos perdemos no tempo, nos perdemos no espaço, e não nos encontrávamos nem com local e hora marcada. Fomos nos enforcando a medida que nos suportávamos, nos tolerávamos em respeito ao que já fora vivido espontaneamente e efusivamente. Nos tornamos vítimas do nosso comodismo, do achismo de que amanhã tudo voltará a ser como antes, sem perceber que esse seria um caminho sem volta, um caminho trilhado no erro.

O mundo a nossa volta não cansa de repetir que tínhamos futuro juntos, e que éramos tão perfeitos, que são capazes de sentir as sequelas que a ausência um do outro nos provoca. Mas a verdade é que ninguém foi capaz de perceber que já estávamos um sem o outro há bastante tempo, a tempo de mais pra conseguirmos retomar de onde nos desencontramos. Sobrava na boca àquele gosto amargo de algo inacabado recheado com pequenos pedaços de negligencia, quando todo sabor que deveria nos habitar era o de gosto fruta mordida. Eu me enredava nas nossas promessas de pé de ouvido, feitas nas noites quentes quando ainda nos aquecíamos só de nos olharmos, e me agarrava pra não admitir que nada dura pra sempre, que tudo acaba, que o fim é mais real do que imaginamos, e que nós findamos a medida que afundávamos em batalhas de egos.

Me perdoe não ter nem sentido vontade de ouvir seus argumentos, me perdoe não querer ao menos te ver se esforçar em me convencer de que ainda teríamos cura, e que sobreviver em par não é a utopia que se transformou nossa história. Me perdoe, mas todas essas mentiras e alusões eu já as contei para mim, eu já as repeti até decorar e depois as desconstruí. Uma a uma elas se foram desmontando sem que eu fizesse grande esforço, sem que eu me movesse na direção contraria a sua, à nossa, nos afastamos involuntariamente... inconscientemente, nós abrimos mão dos sonhos que construímos juntos, desistimos de continuar construindo as pontes até eles, até o que nos tornaríamos se os alcançássemos. E agora, estando diante de ti, despido de hipocrisias tudo que resta são as provas de amor dadas quando o amor era tão evidente que não precisávamos de provas, ou seja, me são totalmente desnecessárias agora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário