Um.

Eu estou um pouco cansada de vocês, falando sem parar nessas coisas aleatórias sem nexo e que só fazem me confundir mais. Seria pedir muito que entrassem em um consenso e depois viessem me procurar? Acho que seria sim, afinal vocês são um. Ouço um conceito pós o outro e não acho nada que os interligue. Procuro razões em demagogias insanas gritadas pra quem quisera ouvir, e me envergonho de vocês. Está tudo errado, não percebem? Não percebem o quão medíocres se tornam a cada contradição entre vocês mesmos? Será que está tudo tão subjetivamente camuflado a ponto de vocês próprios não se reconhecerem na ingenuidade exacerbada que se chega ao ponto de ser ridícula? Meus espinhos não ferem vocês, nem que vocês quisessem não se deixariam atingir por todas as minhas explicações psicanaliticamente arraigadas a todas essas conspirações fabulosas de um futuro utópico sem expressão real. Vocês se usam como desculpa e não chegam a lugar algum. Adiam os conflitos, os choques de opinião, mas vocês se precisam, só vocês se sustentam. A eterna dialética de sentimentos e razoes vêm a tona de uma forma mais constante do que os que os rodeiam possam imaginar. Vivem em um mundo de conflitos onde a única ordem que vigora é a necessidade que tem um do outro, o caos que sobra nada mais é que o fruto da inercia dessa constante batalha pra saber que tem mais razão. É inútil tentar fazer vocês entrar em harmonia, por outro lado não posso simplesmente abandoná-los e partir. Eu sou vocês.