quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Outra vez saudade


Eu não sei falar de saudades, na verdade acho que eu nunca soube. Mas se tem algo relacionado diretamente a ela, é o sentir que me é constante. As vezes nem precisa ser necessariamente a personificação de uma saudade, geralmente são coisas subjetivas, relativas, correlacionadas a algo que despertou sensações agradáveis em mim. Seja um cheiro, um sabor, uma cor qualquer que resgate do fundo da minha memória, os quadros mais delicados de uma coleção que é tão limitada. Sim, limitada! Minha memória nunca foi um museus de belas artes, com grandes rmonumentos, tanto em tamanho quanto em quantidade. Sempre fui uma seleção de pequenos detalhes que fiz questão de talhar na alma pra que em momentos de distração eu os pudesse resgatar.

O que me faz falta e cutuca o peito de saudade é o cheiro do café, o beijo delicado de bom dia, a carícia oportuna em momentos que a mesma era necessária. Sinto falta da voz rouca, das bolinhas com a fumaça de cigarro, como se brincando com a vida usasse a ponta dos dedos. Tenho saudade da cor das tardes cinzas de conversas embaladas pelo som da máquina de costura. As histórias de quando era menina, ou de quando se tornou mulher. Sinto saudades de você abençoando minha caminhada, minha vida, minha iniciativa de seguir. Há ainda as saudades dos olhares. Os olhares em especial me fazem verdadeira falta. Deitar no teu colo e dalí de baixo olhar seu rosto marcado pelo tempo, admirando aquela mulher, querendo fazer dela meu espelho em integridade e em vivência. Ficava impressionada com tanta coragem, com tanto medo fundido, abraçado ao enfrentamento do que deveria te fazer recuar. Sinto saudades imensuráveis de ti, e quando já não sei o que fazer das mesmas, venho aqui tentar contar pra mim os detalhes dos quais sinto falta por não estares mais aqui. Enfim, eu te amo, e nada me causa mais saudades do que o seu cheiro de lar.


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