domingo, 15 de abril de 2012

Meu amor, não me julgues assim.


- Antes que essa conversa comece, eu preciso deixar clara a minha ausência de orgulho desse tipo de atitude que tenho tomado. Te afastar de mim, ir embora por acreditar que você iria antes, me abandonando e abandonando nosso amor a mercê dos sonhos não realizados sempre me apavorou. Sinto toda dor que te faço sentir e garanto-te que a mesma somada a minha quase me faz ter convulsões do tanto que dói. Onde estão teus olhos, teu cuidado e teu carinho, alem dos flashs de memória que ficam passando diante dos meus olhos? Em um delírio penso que vocês ainda está aqui, mas um lapso de dor me corta a pele da alma e percebo que a realidade é totalmente contraria... Sempre tive dessas coisas, parto antes partam de mim, e com você não foi diferente. Fui embora acreditando que logo você quem iria embora. Abandonei por medo de ser abandonada. Te deixei pra que minha melancolia não comprometesse as raízes sólidas do nosso amor. Como poderia eu continuar a fechar os olhos pro que grita dentro de mim e fingir que eu estava bem, quando tudo que eu queria era chorar? Tenho aqui dentro guardado esse monstro, esse flagelo que me maltrata e me faz cair de joelhos quando fraquejo. Pensei ser capaz de lutar contra isso, pensei ser capaz de dia após dia ignorá-lo ate que ele percebesse que não exerce mais poder sobre mim. A grande questão e problema é que cada vez que eu evitava olhar pra ele, de maneira mágica ele crescia e me apertava a garganta. Cada vez que ele tentava chamar minha atenção só encontrava maneira de fazer isso atingindo meu amor, e entenda, tudo que eu quis evitar foi que as dores que eram minhas chegassem até você. Pode ser cuidado, pode ser egoísmo, pode chamar do que quiser, que eu vou continuar chamando de amor. O meu pranto é a prova do que sinto e te digo, e o meu soluço só faz reforçar isso. Queria ajoelhar aos teus pés e te pedir perdão, queria rasgar o peito e trazer pra dentro dele a dor que agora eu te causo, mas também queria que por um instante você se colocasse no meu lugar e se perguntasse se seria capaz de me machucar como quero evitar que aconteça com você. Não posso apagar a sua luz, não sou capaz de carregar essa culpa. Sou alguém frágil maquiada de sorrisos e vestida de uma armadura que engana os olhos desatentos com essa força que vêem. Como posso eu minar tuas forças e viver as custas disso? Que espécie de amor é essa que é capaz de sugar a força vital do ser amado e vê-lo definhar consigo? Enfim, sinceramente não sei, a única coisa que sei é que não é o meu. Meu amor é capaz de abri mão pra não fazer sofrer. Eu abri.

Agora vamos lá, julgue-me!

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