sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Não é cafeína, é saudade.




Bom, estou te escrevendo outra vez daqui do meu mundo perdido onde a ilusão de que você possa me ler é tão real e palpável como a chuva. Queria tanto poder justificar esse dia trocado pela noite, essa insônia recorrente e esses pensamentos nada saudáveis pelo excesso de cafeína. Sei lá, ser salva dessa culpa por me sentir assim, por algum estudo cientifico que constatasse que se eu me livrasse da cafeína me livraria desses sentimentos também.
Tenho calafrios de medo desses pensamentos mórbidos. Temerosa de suas sequelas, me vejo tremendo por uma dor na alma que anda sendo mascarada há meses, anos, uma vida inteira com a dor causada por esse medo enraizado aqui o peito. As vezes pondero se estou dramatizando... seguindo inconscientemente minhas raízes latinas e deixando tudo a flor da pele, permitindo que sentimentos fiquem a deriva, sem rumo, sem destino, sendo expressos as vezes por palavras tão ásperas ou tão exageradamente coberta de algodão doce.
            Observo cicatrizes e não sei bem o que pensar quando me recordo que a existência de algumas foi proposital. As vontades parecem se repetir, penso no seu possível perdão por voltar a pensar nisso, como você se decepcionaria! O choro que havia cessado volta a cair. Estou outra vez em posição fetal chorando já que é a única coisa que pareço conseguir fazer em relação a você. Que me critiquem, que me julguem, mas eu não sei pra que rumo levar minha vida sem você. Não parece ter lógica, não parece ter porque... me condenem, não faz diferença já que estou condenada a sua ausência.
            Acho que vou ser sempre o riso bem maquiado, a piada na ponta da língua e a graça tirada de onde não havia nenhum humor. Acho que vou ser sempre a dificuldade de exteriorizar o que vivo no meu mundo perdido aqui pra vida real. Poderei ser acusada pra sempre de qualquer negligencia, me culpabilizarem por qualquer eventual fracasso ou desilusão. Poderão me responsabilizar por qualquer desvio de conduta ou caráter, mas nunca poderão dizer que eu não sinto, por que eu sinto muito. A única coisa que lamento hoje é dizerem que minha insônia é excesso de cafeína, isso gente, se chama SAUDADE.


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