segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Te amo, pra sempre!





Tenho uma memória que vez ou outra me trai, me deixando na mão quando preciso de um semblante ou de um sopro de voz que me aproxime da minha Rosa. Ela quase que diariamente me arrasta pra um lugar extremamente desconfortável e me coloca de castigo como se eu estivesse sendo punida por algo que fiz de errado ou algo certo que deixei de fazer. Não sei ao certo porque não a entendo. Ela me prega peças e me confunde vez ou outra também, fazendo com que meus recalques se tornem cada vez mais resistentes e o trabalho para a terapeuta cada vez mais árduo, e eu me pergunto porque? Porque nos viramos de costas e nos esquecemos do que evitamos olhar? Ou pior, nos viramos pra não ver, mas nossa vida continua girando em torno do que evitamos entrar em contato... Outro paradoxo.
Essa madrugada, descobri que escondi na memória partes da despedida da Rosa. Me esqueci de pessoas, me esqueci dos contextos, me esqueci das conversas, eu me esqueci ali e penso que possa ser por isso que me encontrar seja tarefa tão delicada e trabalhosa.  Eu me esqueci de mim no dia que você partiu, me anulei no mundo real e passei a usar toda minha energia vital em prol de mentir sua ausência. Sinto pena de mim por ter me iludido tanto, mas me penalizo mais quando penso que esse foi o único movimento que consegui fazer, uma vez que o eixo do meu mundo não estava mais no lugar que centrava e equilibrava minha vida.
            Sofro e choro sua ausência diariamente, e chego a sentir a saudade lanhar minha pele e me fazer tremer de frio. Sofro e choro o medo de estar pra sempre só, já que só estive por inteiro e confiei de olhos fechados na Rosa. Choro todos os dias porque agora só tenho meu maior tesouro dentro de mim e nessa situação abstrata não existe mais o abraço diário, nem as bênçãos matinais pra que meu dia fosse lindo, quem dirá o olhar mais protetor que me dava coragem pra enfrentar esse mundo que hoje parece de gigantes. Porque a Rosa mais frágil era a maior força que já conheci, e eu sinto falta sim porque não tem mais seu colo pra eu deitar no final da tarde enquanto me contava alguma historia que provavelmente eu já havia ouvido umas tantas dezenas de vezes.
            Depois de algum tempo, eu penso que entendi que chorar não é fraqueza, que sentir saudades em demasia não é culpa porque deixei de fazer algo, ou quem sabe que reconhecer não querer ver ninguém e ficar só, enquanto tento te resgatar na minha memória sacana é mais autentico que me misturar por ai. Enfim, minha Rosa, estou com tanta saudade que meu coração hoje tem o tamanho de um grão de café. Estou com tanta saudade que quase sinto o perfume dos seus cabelos quando eu te abraçava. Hoje eu só queria te dizer que te amo tanto, pra sempre!

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