sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A palavra de ordem é sentir.


E eu nem tinha muito o que dizer. Tinha esses meus olhos doloridos, encharcados de uma emoção que, não cabendo dentro do coração, transbordava rosto a fora como num curso de rio de correnteza intensa. Me doía a alma todas as antigas dores que passei antes de encontrar você, antes de ser presenteada com você. Culpava a vida por ter me dado tantos tombos antes de me entregar em suas mãos pra que curasse minhas asas e devolvesse o voo. A diferença é que agora eu não voava só. Agora eu era pássaro fiel ao sentimento, pássaro que só consegue levantar voo com quem lhe proporciona asas que não amedrontam. Agora eu era livre, mas queria permanecer porque não me prendiam. Agora eu era o paradoxo mais complexo e mais simples que um dia eu pude elaborar.

Vez ou outra escrevo versos que possam traduzir o sentimento. Mas apenas vez ou outra, porque você me rouba as palavras. Você me rouba meu “refúgio”, e de repente me vejo nua diante de você, sem defesa, sem ataque, sem nada que me faça querer pular desse barco que você, de uma forma tão delicada me pediu pra entrar, quando me roubou o chão com sua coleção de beijos impecáveis e molhados. E me lembrando das asas me pergunto, “porque preciso de chão quando alço voo com você?”. Simples, “não preciso!”. Sei que não preciso de chão quando tenho suas mãos que me seguram, seus olhos que afogam meus medos, sua boca que me rega o corpo com beijos e a alma com palavrar e por fim, o seu jeito que faz com que eu acredite cada vez mais que de alguma forma, eu sempre te procurei, meu bem!

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