quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobre - viver

O coração não bate então, lateja uma dor que o amor não entende, martirizado pelas inconsequências de quem o possui. Um amor que se torna sequestrado de quem realmente pertence e que se torna vítima fatal da saudade que nunca te abandona. Acho que me tornei o cúmulo da não-expressão. Ir parar em um médico por conta de uma vontade de chorar contida, estrangulada no próprio peito e de repente acreditar-se morrendo. O ar não entra, o choro não sai, o coração lamenta e pela primeira vez tudo que eu queria era sumir definitivamente tudo.

Eu queria ter a força que eu finjo ter, eu queria ter a calma que acreditam que tenho. Eu queria ter o controlhe que todos veem e que nada, mais é que o descontrolhe de si e um não saber como agir. Então me sinto culpada, me sinto vítima e passeio por essa dualidade enquanto me vejo doer por algo que eu quis, tive e como sempre dei um jeito de perder. Mas sempre foi assim mesmo! Minha especialidade? Me boicotar. Não há nessa vida quem seja melhor nessa não-arte do que eu, e se há, eu desconheço.

Fica indo e vindo, se aproximando e se mantendo a uma distancia que eu não posso tocar, essas tantas lembranças do 'nós', e em uma vontade psicótica, tudo que eu queria era tocar essas mesmas lembranças. Um frio que não passa, uma vontade que não acalma, uma insanidade de fantasiar que tudo vai ficar bem, porque não vai... Me atormenta a possibilidade do nao estar. Me assusta a falta de você comigo. E me contamina a saúde saber que tudo é de minha responsabilidade...

Agora, não faz sentido mais viver sem rumo. O tédio me consome onde não há seu riso. E o doce amarga na boca essa ausência dos seus beijos. Estou só, sem meu coração, à espera de que você volte. Estou só sem esse meu coração porque ele está com você. Estou só, acompanhada apenas do que escrevo, porque o que eu escrevo é o que sinto, e o que estou sentindo, é que vou permanecer aqui esperando você.

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